segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Revolução Americana de 1776

A Revolução Americana de 1776 teve suas raízes com a assinatura do Tratado de Paris que em 1763 acabou por finalizar a Guerra dos Sete Anos. Ao final do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra. Neste contexto, as treze colônias representadas por Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, New Hampshire, Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia começaram a ter seguidos e crescentes conflitos com a metrópole, pois devido aos enormes gastos com a guerra, a Metrópole inicia uma maior exploração sobre essas áreas. As colônias finalmente desencadeariam o desejo e a declaração de independência, em 4 de julho de 1776, e a Guerra de independência dos Estados Unidos da América. A guerra teria fim em 1783, quando a independência dos Estados Unidos foi reconhecida pelo Reino Unido no Tratado de Paris de 1783. Apesar da estrutura social ter permanecido inalterada (o norte continuou capitalista e no sul a escravidão foi mantida), a Guerra da Independência dos Estados Unidos é chamada de revolução por ter instituido, na Constituição de 1787, vigente até hoje, uma república federal, a soberania da nação, e divisão tripartida dos poderes. Além disso, influenciou as revoluções liberais que aconteceram na Europa, como a Revolução Francesa.
Atritos
A Guerra dos Sete Anos, terminada pela vitória da Inglaterra sobre a França (Tratado de Paris, 1763), deixou a nação vencedora na posse de ricos territórios no continente americano, já colonizados, sendo reconhecido o seu direito de expandir o seu domínio em direção ao interior do continente. Esta possibilidade agradou aos colonos, que prontamente se prepararam para explorar e aproveitar novas terras, mas, para sua grande surpresa, o governo de Londres, por recear desencadear guerras com as nações índias, determinou que nenhuma nova exploração ou colonização de territórios pudesse ser feita sem a assinatura de tratados com os índios. Foi esta a primeira fonte de conflito entre os colonos e a Coroa inglesa.
Mas, pouco depois, surgiram novos atritos. A Guerra dos Sete Anos, apesar de vencida pela Inglaterra, obrigou a Coroa a impor medidas restritivas às Treze Colônias. Procurando restaurar o equilíbrio financeiro, a metrópole apertava as malhas do pacto colonial com vários atos. Em 1750 foi proibida a fundição de ferro nas colônias. Em 1754 proibiram-se a fabricação de tecido e o contrabando. Em 1765 foi aprovado um decreto regulamentando a obrigação de abrigar e sustentar tropas inglesas em solo americano (prática que pesava muito sobre as finanças coloniais). Foram ainda criadas a Lei do Selo que acrescentou um imposto de selo sobre jornais, documentos legais e oficiais, etc. e os Atos de Townshend, que procuravam limitar e mesmo impedir que os americanos continuassem suas relações comerciais com outras regiões que não a Inglaterra.
Em 1773, o Parlamento inglês concedeu o monopólio do comércio do chá à Companhia das Índias Orientais, da qual muitas personalidades inglesas possuíam ações. Os comerciantes rebeldes estadunidenses que se sentiram prejudicados disfarçaram-se de índios peles-vermelhas, assaltaram os navios da companhia que estavam no porto de Boston e lançaram o carregamento de chá no mar (Festa do Chá de Boston). A Inglaterra reagiu de imediato com um conjunto de leis que os americanos chamaram de "Leis Intoleráveis" (1774): fechamento do porto de Boston; indenização à companhia prejudicada e o julgamento dos envolvidos, na Inglaterra.
As reações dos colonos foram, de início, exaltadas, mas pacíficas: exigiram o direito de eleger representantes para o Parlamento de Londres (para poderem discutir e votar as leis que lhes diziam respeito), passando depois a atos de boicote às mercadorias inglesas. Esta guerra económica desencadearia motins e forçou o governo inglês a alguns recuos, que contudo não satisfizeram os colonos. O conflito agravou-se com a presença de tropas enviadas para conter os protestos. Como resposta, em 1774 os representantes das colônias estadounidenses, exceto Geórgia, enviaram seus delegados a Filadélfia, num primeiro Congresso Continental que, a partir daí, embora com divergências no seu seio, foi a voz política dos colonos. Em 1774, houve o 1º Congresso Continental de Filadélfia, onde se resolveu acabar com o comércio com a Inglaterra enquanto não se restabelecessem os direitos anteriores a 1763. O mesmo Congresso também redigiu e divulgou uma Declaração de Direitos. Houve logo depois, um 2º Congresso em que foi reunido em Filadélfia onde se decidiu a criação de um exército que seria comandado por George Washington, fazendeiro e chefe da milícia Virgínia. Nesse Congresso, apesar de se manterem leais ao rei, os colonos pediram a suspensão das "Leis Intoleráveis" e firmaram uma Declaração dos Direitos dos Colonos, no qual pediram a supressão das limitações ao comércio e à indústria, bem como dos impostos abusivos. O rei reagiu, pedindo aos colonos que se submetessem; estes, porém, não se curvaram diante da coroa inglesa. O extremar das posições levou à criação de milícias, à constituição de depósitos de munições e a um aumento contínuo de tensão que iria irromper em guerra.
Cronologia
Além dos conflitos políticos, iniciou-se um movimento contra a carga tributária exercida pelos ingleses sobre a produção de açúcar (Sugar Act), e sobre a produção gráfica (Stamp Act).
Além da cobrança excessiva de
impostos, os ingleses em 1765 proibiram a abertura de estabelecimentos fabris nas colônias. Isto gerou uma onda de descontentamento dos colonizadores que para a América do Norte foram fazer fortuna. Iniciou-se então um sentimento de independência e de nacionalidade dos habitantes da região.
Os
ingleses vendo que a economia da colônia mostrava sinais de enriquecimento e vigor, resolveram forçá-la para baixo com a adição de novos impostos e sobre-taxas de produção sobre a fabricação de tintas, vidro, papel e principalmente chá.
Em
1773, devido à alta dos impostos, ocorreu em Boston a revolta do chá. Samuel Adams e John Dickinson fundaram a Sociedade dos Filhos da Liberdade.
Na
Filadélfia em 5 de Setembro de 1774, se reuniram os representantes das 13 colônias no chamado então primeiro congresso continental. Neste encontro foi redigida uma declaração de direitos e exigido o retorno à situação anterior.
O
Parlamento britânico não aceitou as reivindicações da colônia, aumentando desta forma os atritos entre as treze colônias e o governo central, culminando com a eclosão da guerra em 1775 em Lexington e Concord.
Ainda em 1775 ocorreu o segundo congresso continental, simultaneamente houve a
batalha de Ticonderoga, com a vitória dos anticolonialistas. Com o moral elevado dos combatentes houve a criação do exército continental.
Em
4 de Julho de 1776, representantes das 13 colónias reunidos em Congresso declararam a independência das 13 colônias inglesas do continente americano.
No dia
17 de Outubro de 1777, os norte-americanos venceram a batalha de Saratoga. Os franceses, poloneses, espanhóis e prussianos, países antagonistas da Inglaterra, vieram em auxílio aos rebeldes enviando soldados para ajudar na guerra da independência.
Em
1780, os ingleses foram derrotados na batalha naval de Chesapeake, em 19 de outubro de 1781, o exército inglês, sob o comando de Lord Cornwallis, rendeu-se em Yorktown.
Finalmente em
1783, em Paris, foi assinado o tratado em que os Estados Unidos representados por Benjamin Franklin, John Adams e John Jay tiveram sua independência reconhecida pela Grã-Bretanha.
Retirado da Wikipédia