segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Revolução Chinesa

Movimento nacionalista que derrubou a dinastia Manchu, em 1911, proclamendo a república. A revolução foi chefiada por Sun Yixian, primeiro presidente das Províncias Unidas da China.
Com cerca de 400 milhões de habitantes, a
China do final do século XIX era um país submetido aos interesses das principais potências imperialistas. Essa sujeição era tão intensa que, nas praças públicas das cidades chinesas, os ocidentais davam-se direito de fincar cartazes onde se lia: “É proibida a entrada de cães e de chineses no jardim”.
Para exercer sua dominação, as nações imperialistas contavam com o apoio de uma propaganda massiva e a conivência dos imperadores chineses da dinastia Manchu, que dominavam o país desde o século XVII.
Esse contexto marcado por privilégios e humilhações levou inúmeros chineses a organizaram atos de rebeldia. Em 1900, por exemplo, os Boxers, membros de uma sociedade secreta que praticava o boxe sagrado, iniciaram uma revolta nacional contra os estrangeiros, mas acabaram massacrados pelos exércitos das potências ocidentais que haviam se unido contra eles. Os Boxers foram vencidos. A semente, porém, estava lançada.
Aos poucos, as camadas populares foram se engajando na luta pela democracia. Finalmente, em 1911, o antigo império chinês desabou. A revolta que pôs fim à monarquia chinesa foi liderada por Sun Yat-sen, nomeado então presidente da República recém-proclamada. Sun Yat-sen, junto com seus seguidores, fundou o Kuomintag, Partido Nacional do Povo.
A República chinesa, no entanto, não conseguiu fazer frente às potências estrangeiras e nem aos chefes militares locais, chamados “os senhores da guerra”. Eles possuíam enorme poder nas províncias e controlavam, juntamente com outros grandes proprietários de terra, cerca de 88% das áreas produtivas.
Em 1921, coma disposição de organizar os operários, os artesãos e os 30 milhões de collies existentes no país, foi criado o Partido Comunista Chinês (PCC). Seus principais fundadores foram o intelectual Chen-Tu-xiu, o educador Peng-Pai e o ativista político Mao Tse-tung. A princípio, esse partido aliou-se ao Partido Nacional do Povo. Essa aliança, porém, durou pouco.
Em 1927, o general Chiang Kai-shec assumiu o comando das tropas do Partido Nacional do Povo, disposto a submeter os chefes militares locais e impor-se ao país todo. Durante as lutas que então se travaram, Chiang Kai-shec voltou-se também contra os comunistas, ordenando que os massacrassem. A partir daí, a união entre os nacionalistas e os comunistas cedeu lugar a uma guerra entre eles.
Um dos episódios marcantes dessa guerra foi a Longa Marcha, uma caminhada de 10 mil quilômetros que o principal líder comunista, Mao Tse-tung, empreendeu com mais de 100 mil pessoas em direção ao noroeste do país com o objetivo de escapar ao cerco inimigo. Durante a caminhada, muitas pessoas morreram, outras ficaram pelo caminho organizando os camponeses, que haviam se transformado na principal base de apoio dos comunistas. Apenas 9 mil chegaram ao destino final, a província de Shensi, onde se ergueu o quartel-general das tropas maoístas.
A prolongada guerra entre nacionalistas e comunistas foi interrompida apenas duas vezes. A primeira, em 1937, quando se uniram para lutar contra o
Japão que havia invadido a Manchúria, no norte do país. A segunda, durante a Segunda Guerra Mundial, para enfrentar as forças nazi-fascistas.
Com o final da Segunda Guerra, os japoneses foram expulsos do território chinês e as tropas de Chiang Kai-shec, com o apoio bélico dos Estados Unidos, lançaram uma ofensiva contra os “vermelhos” de Mao Tse-tung, reiniciando, então, o conflito armado.
Mesmo sem a ajuda da maior potência comunista, a União Soviética, dirigida na época por Stálin, as forças de Mao conseguiram a vitória. Em 1º de outubro de 1949, conquistaram o poder e proclamaram a República Popular da China. Chiang Kai-shec e o que restava de seu governo refugiaram-se na ilha de Formosa (Taiwan), onde instalaram a China Nacionalista.
Retirado da Wikipédia
Revolução Cultural Chinesa
A Revolução Cultural na China foi lançada em 1966 por Mao Tse Tung. A intenção dos mentores da revolução era combater o surgimento de classes e categorias privilegiadas, além de desejar revitalizar o espírito da revolução chinesa , e principalmente acabar com o modo de vida da cultura ocidental. Foi realizada basicamente pela Guarda Vermelha e teria paralisado o progresso material e tecnológico do país. Seus princípios inspiraram a constituição.
A Revolução
A Revolução Cultural Chinesa (ou, de modo completo, Grande Revolução Cultural Proletária) foi um movimento de massas na República Popular da China dentre os anos de 1966 e 1976, por parte de estudantes e trabalhadores, contra a burocracia que tomava conta do Partido Comunista Chinês. Incidentalmente ou intencionalmente, o movimento acabou enfraquecendo os adversários de Mao Zedong que ganhavam força então. (A Revolução Cultural representou uma depuração partidária, contra o revisionismo que se insinuava.) O processo foi oficialmente terminado por Mao em 1969, mas os especialistas dizem que ele durou até o golpe contra os seguidores próximos e Jiang Qing, esposa de Mao (a Camarilha dos Quatro), 1976.
Entre 1966 e 1969 Mao encorajou a formação de comitês revolucionários (bases da Guarda Vermelha), compostos pelas mais diversas forças (militares, camponeses, elementos do partido, governo, etc) e destinados a tomar o poder onde necessário. Como na intelectualidade se encontravam alguns dos inimigos da revoluçao , o ensino superior foi praticamente desativado no país.
A idéia essencial da Revolução Cultural era manter o fervor revolucionário e um estado constante de luta e superação, sem os quais, acreditava o Grande Timoneiro (apelido de Mao), a revolução comunista estaria fadada ao fracasso. Um dos antecessores (embora em sentido quase oposto) da Revolução Cultural foi o chamado Desabrochar de Cem Flores ("Que desabrochem cem flores, cem escolas de pensamento..."), na década anterior.
Além disso, a Revolução pretendia tornar cada unidade econômica chinesa (fábricas, fazendas, etc) em uma unidade de estudo e reconstrução do comunismo. Expandindo, portanto, a coletivização, o público para o campo das idéias – o que encontrava natural barreira no academicismo e no hábito de que o conhecimento só deveria ser produzido em centros específicos. Mao acreditava que a próxima fase da Revolução Chinesa seria justamente ultrapassar a revolução da ordem econômica para a ordem ideológica, para a alma do cidadão chinês. Essa é, em síntese, a justificativa para o adjetivo Cultural da revolução.
Foi consequência indireta do programa conhecido como Grande Salto Adiante, lançado em 1958. O Grande Salto tinha por objetivos estruturar a produção agrária em sistema cooperativo e organizar a produção industrial, além de outros objetivos específicos como o aumento da produção de minerais através de milhões de pequenas unidades produtoras – os fornos caseiros. Em 1961 o programa foi abandonado, em razão de diversos insucessos e do rompimento entre a China e a União Soviética no ano anterior.
Como consequência do fracasso do Salto houve um período de grande fome no começo da década de 1960, pois a produção agrícola estava um tanto desorganizada. Na resolução da crise tiveram sucessos dois promissores elementos do Partido Comunista, Liu Shaoqi e Deng Xiaoping, que começavam então a desafiar o poder e prestígio de Mao. Liu e Deng planejavam remover poderes concretos de Mao e deixá-lo apenas como uma figura decorativa.
Mao antecipou-se aos dois golpistas e passou a atacar Liu em 1963, declarando então a idéia de luta revolucionária cotidiana e também a necessidade de promover uma limpeza nos quadros político, econômico, organizacional e ideológico da República.
Problemas com crítica intelectual nos anos seguintes levariam a um mal-estar entre os membros do governo, e finalmente em 1966 Mao iniciou a Revolução Cultural. O primeiro comitê foi formado em 29 de Maio de 1966 na Universidade Tsinghua, com o objetivo de expurgar e eliminar as oposições a Mao. É importante destacar que o próprio Lênin havia advertido quanto à necessidade de depurar o partido de tempos em tempos, para evitar a contra-revolução.
Em 1 de agosto de 1966 o corpo de dirigentes da República Popular da China aprovou uma lei chamada "Decisões acerca da Grande Revolução Cultural Proletária". Esta lei posicionava o governo da China no apoio aos expurgos de intelectuais reacionários e imperialistas. A maior parte dos expurgos foi conduzida pela Guarda Vermelha.
Neste ano de 1966 ocorreram inúmeros expurgos de intelectuais supostamente imperialistas e reacionários. Em agosto foi organizada uma manifestação de desagravo ao Grande Timoneiro em Beijing, para a qual compareceram 11 milhões de elementos de Guarda Vermelha.
Por quatro anos, até 1969, a Guarda Vermelha expandiu suas áreas de autoridade e acelerou as ações de expurgo. Tornou-se, portanto, a principal autoridade de China, responsável por proteger o regime contra os reacionários burgueses. Alguns elementos que obtinham privilégios do sistema eram punidos de maneiras criativas, por exemplo, eram enviados para trabalho braçam em fábricas e no campo, de modo a conhecerem o dia-a-dia dos mais simples. O próprio Deng Xiaoping foi mandado para trabalhar numa fábrica de motores.
Também é importante destacar a importância, na decisão de Mao e seus colaboradores para iniciar a Revolução Cultural, das críticas específicas feitas pela peça "Hai Rui Ba Guan" ("Hai Rui demitido do governo"), que de maneira alegórica mostrava o recente conflito entre Mao e Peng Dehuai, um dos dirigentes do Partido Comunista expulso por criticar o Grande Salto. Jiang Qing e Lin Biao conseguiram reverter a crítica desta peça em uma série de artigos defendendo Mao, o que facilmente descambou em culto a personalidade.
De outro lado, os expurgos eram mormente acompanhados de rituais de humilhação pública, como vestir os contra-revolucionários em túnicas, levá-los às ruas com cartazes pendurados no pescoço, onde eram linchados por multidões incitadas pela Guarda Vermelha. Peng Dehuai foi um dos dirigentes expurgados e humilhados publicamente, em Beijing.
Em janeiro de 1967 houve a chamada Tempestade de Xangai (comandada por Lin Biao e Jiang Qing), que tomou o poder na cidade de Xangai e o colocou nas mãos de um comitê revolucionário.
Por esse tempo, a única maneira de escapar aos expurgos era envolver-se em algum tipo de atividade "revolucionária", embora esse envolvimento apenas garantia uma maior segurança e não afastava de vez a possibilidade de expurgo.
Rapidamente o movimento seguiu para o culto a personalidade, principalmente a partir de 1968, com a promoção de Mao a um status praticamente de deus terreno: ele seria a fonte de todas as alegrias e conquistas do povo chinês. O Livro Vermelho passou a ditar todas as regras de vida. Lin Biao também ganhou importância.
A situação saiu do controle dos dirigentes do PCC, e para conter a situação decidiu-se pelo desmantalento da Guarda Vermelha. Oficiais foram expurgados e mandados para trabalho nos campos.
Em dezembro de 1968 Lin Biao tornou-se o número dois na hierarquia do Partido, substituindo Liu Shaoqi, que foi "banido para sempre". Oficializou-se a subida de Biao em abril do ano seguinte, no nono congresso do PCC.
Havia rumores da desconfiança de Mao em relação ao crescente poder e influência de Liu. Em 1971,Piao após ser denunciado como traidor fugiu junto com sua família em um avião para a União Soviética. "Misteriosamente" seu avião não tinha combustível suficiente para lá chegar e caiu em uma área remota da Mongólia matando PIAO e familia.
Com a morte de Mao em 1976 terminou a Revolução Cultural. Hua Guofeng passou a dirigente máximo da China, e apesar de ter recebido a confiança de Mao enquanto ainda vivo, teve como primeiros atos a prisão dos seguidores daquele (a Camarilha dos Quatro). Deng Xiapoing pediu oficialmente sua reintegração, sendo aceito por Guofeng, e passando a dominar a política chinesa nos anos seguintes.
Retirado da Wikipédia