sábado, 20 de outubro de 2007

Mestres-pensadores

Com Hegel, a civilização europeia deixou de ser apenas greco-romana e judaico-cristã, passando a receber o impulso estruturante da especulação germânica, marcada por aquilo que André Glucksmann qualifica como o ciclo dos mestres-pensadores. Neste sentido, Hegel está para o pensamento contemporâneo como São Tomás de Aquino esteve para o fim da Idade Média. Segundo a caricatura que deles fez o mesmo Glucksmann: foram quase todos mestres da linguagem ao ponto de cada um tender a forjar uma linguagem própria para melhor a ter cientificamente na mão. Línguas de um domínio que se domina matematicamente a si próprio, movem‑se sempre no círculo de uma tautologia.

Retirado de Respublica, JAM