Mercantilismo
O mercantilismo que teve em Colbert (1619-1683) o seu epígono e no reinado francês de Luís XIV, o laboratório modelo, tem origem em Jean Bodin, o teórico do soberanismo, sendo particularmente sugerido por Antoine Montchrétien (1575-1621), o inventor da expressão economia política. Esta visão de enriquecimento do Estado foi também defendida por Juan Mariana. Na Inglaterra, a política do Navigation Act de Cromwell foi marcada por idêntica perspectiva, bem como as teses do banqueiro escocês John Law, no século XVIII. O mercantilismo que comeou por ser meramente metalista, pela criação de um grande stock de moeda na posse do Estado, depressa evoluiu para uma faceta industrialista, à maneira de Colbert, ou comercialista, à maneira britânica
Mercantilismo (Colbert)
Colbert tem, aliás, um projecto simples, transformar a França em uma fábrica e um Estado. Alguns chegam a qualificar o modelo como uma espécie de socialismo monárquico. Nele se aliam estatismo, capitalismo e individualismo, contra o anterior modelo de monarquia limitada pelas ordens e de economia comunitária. Teve particulares consequências na política internacional, quando se aplicou o modelo do individualismo possessivo às relações entre os Estados. Conforme a definição de Colbert, o comércio passa a ser entendido como uma guerra entre moedas, uma guerra perpétua e pacífica de espírito e de indústria entre todas as nações. Porque uma nação só se enriqueceria arruinando as outras nações, assegurando uma mais valia das exportações sobre as importações.
Mercantilismo em Portugal
O modelo foi logo seguido em Portugal por Duarte Ribeiro Macedo, pelo conde da Ericeira, D. Luís de Meneses (1632-1690), por D. Alexandre de Gusmão (1695-1753), e por D. Luís da Cunha.