Idade do Nacionalismo
e o século XVIII europeu, com o apogeu do absolutismo, foi uma espécie de época incubadora do Estado, eis que, no seguinte XIX, vai iniciar-se a Idade do Nacionalismo, na expressão já clássica de Hans Kohn. Primeiro, foi, sem dúvida, o processo da Revolução Francesa, quando se substituiu um rei absoluto por um povo absoluto que, para manter o princípio da unidade da soberania, foi obrigado a utilizar o conceito de nação que, utilizado como elemento de contrapoder, no sentido de sociedade natural contra o Estado, tanto foi significando povo revolucionário, como corpo político. Depois foi o idealismo alemão que, reagindo face à circunstância de uma nação etnográfica estar fragmentada em inúmeros Estados, gerou um conceito de povo orgânico, procurando justificar a passagem de uma Kulturnation para um Estado identificado com a Nação. Seguiu-se a tentativa jurídica do estabelecimento de um princípio das nacionalidades. Primeiro, foi a ideia da unificação italiana, contra a dominância do Império Austro-Húngaro e do Papado; depois, a tentativa de reorganização europeia, na sequência da Grande Guerra de 1914-1918, com os 14 pontos do Presidente norte-americano Woodrow Wilson e a Sociedade das Nações. Mas os nacionalismos não foram apaziguados e surgiu uma Segunda Guerra Mundial, donde derivou uma Organização das Nações Unidas, em cujo quadro, depois da Conferência de Bandung, se procedeu à descolonização em nome dos princípios da autodeterminação nacional, apenas aplicados ao mundo afro-asiático. E a história continua com os nacionalismos emergentes na sequência do fim da Guerra Fria, principalmente após o desmantelamento do Império Soviético e do regresso da balcanização.