sábado, 7 de julho de 2007

Jupiter, Mars, Quirinus (1938)

Obra de Georges Dumézil (1898-1986), com o subtítulo: Essai sur la Concéption Indo-Européenne de la Societé et les Origines de Rome, Paris, NRF, 1938, onde se considera que o entendimento de qualquer organização política implica o entendimento da relação entre o poder político o poder espiritual, o poder administrativo e o poder económico. Porque a civilização indo-europeia teria sido, desde sempre, marcada pela tripartição do poder entre o saber religioso — Júpiter —, o poder militar — Marte — e a produção de bens — Quirinus. Porque todos os povos têm necessidade de serem comandados, defendidos e alimentados. Três funçöes que na natureza são equiparáveis ao cérebro, aos músculos e à boca. Contudo, só os povos europeus é que transformaram essas três necessidades vitais numa concepção do mundo, assinalando três funçöes à política: soberania, defesa e produção. Fez-se uma transposição da prática instintiva das três funções para uma reflexão (... ) sobre a sua ordenação, agrupando-as numa filosofia implícita ou explícita que penetra todas as províncias do pensamento.

Retirado de Respublica, JAM