Perdigão, José de Azeredo (1896-1993)
Natural de Viseu, estuda em Lisboa no Liceu Camões e depois na Faculdade de Direito (desde 1914), mas é obrigado a transferir-se para Coimbra onde acaba a licenciatura em 1919.
Sebenteiro das disciplinas de direito internacional público. Começa a respectiva carreira profissional como Conservador do Registo Predial em Lisboa, funções em que se mantém de 1926 a 1954. Advogado. Regente em 1920-1921 de um curso de Economia Social na Universidade Popular Portuguesa.
Figura entre os fundadores da revista Seara Nova, fazendo parte dos respectivos corpos directivos de Outubro de 1921 a Abril de 1923. Administrador do Banco Nacional Ultramarino e presidente de várias assembleias gerais de bancos e companhias de seguros.
Por infuência de Caeiro da Matta, torna-se advogado de Calouste Gulbenkian, até à data da morte deste em 20 de Julho de 1955. Redige o testamento deste multimilionário arménio em 1953, torna-se num dos seus três testamenteiros. Elabora com o próprio Salazar e Marcello Caetano os estatutos da Fundação Calouste Gulbenkian e por indicação do primeiro assume a presidência do respectivo conselho de administração.
Apoia a política ultramarina do regime salazarista e chega a ser falado como um dos possíveis sucessores de Américo Tomás na presidência. Depois de 1974, faz parte do Conselho de Estado, por indicação de Spínola. Apoia a candidatura de Ramalho Eanes. Converte-se ao catolicismo em 1946.