Monteiro Pereira Júnior, Domingos (1903-1980)
Defensor gracioso de várias centenas de oposicionistas, nomeadamente de militantes anarco-sindicalistas nos anos trinta. Ficaram as célebres defesas que fez de Mário Castelhano, Manuel Henriques Rijo e Sarmento Beires, bem como dos grevistas da Marinha Grande. Presidente do directório da Renovação Democrática. Deixa de advogar no final da década de trinta. Colabora no Diário Liberal e em o Sol, dirigido por Lelo Portela. Ligado aos serviços culturais da Fundação Calouste Gulbenkian e à Guimarães Editores. Apoia o movimento da Filosofia Portuguesa. Impulsiona a editora SEC (Sociedade de Expansão Cultural). Já depois de 1974, financia o semanário A Pátria. Membro da Academia das Ciências. Elogiado por Álvaro Cunhal em Rumo à Vitória.
Em 1932 critica tanto as democracias imperfeitas e a ditadura violenta da Rússia como as ditaduras italiana e alemã, consideradas como uma ameaça para a paz do mundo. Criticando a democracia vigente, chamando-lhe democracia de fachada, defende outra em que desapareçam não só os despotismos centrais mas também os despotismos privados, aquela em que a liberdade abstracta se transforme em liberdades concretas, em que a igualdade tenha uma base e um sentido económico, em que a fraternidade não morra como uma ave ferida, nos silveirais das fronteiras. Já depois de 1974 crita a censura interna de certos jornais que só admitem a colaboração dos que pensam como eles, negando assim o pluralismo ideológico que é a base da verdadeira Democracia.
· Bases da Organização Política dos Regimes Democráticos. I A Organização da Vontade Popular e a Criação da Vontade Legislativa, (dissertação de doutoramento em direito, 1931; obra proibida de circular).
· Crise da Idealismo Na Arte e na Vida Social, 1932. Livro proibido de circular.
· Paisagem Social Portuguesa, 1944. Obra proibida de circular.
· O Livro de Todos os Tempos. História da Civilização, 3 volumes, 1951.
· O Homem Contemporâneo. Subsídio para a sua História, (1957).
· Livros Proibidos, Lisboa, Sociedade de Expansão Cultural, 1974. Publica as obras de 1932 e 1944.
Foto picada do Grémio Literário VR