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Filósofo polaco, dissidente dos comunistas. Expulso do partido em 1966 e, dois anos depois, demitido de professor de filosofia moderna da Universidade de Varsóvia, acusado de
corromper a juventude. No exílio é professor em Berkeley, Yale e Oxford. Começa por criticar o leninismo, invocando o
jovem Marx. Acaba por aproximar-se do cristinaismo, rejeitando a herança cientista do positivismo e o determinismo marxista.
Assinala que a Revolução de Fevereiro de 1917 se deveu à coincidência de muitos factores: a guerra, as reivindicações camponesas, as recordações de 1905, a conspiração dos liberais, o apoio da Entente e radicalização das massas trabalhadoras. Criticando o inicial sovietismo, refere que ,
o génio de Lenine não foi o da previsão, mas o de concentrar num preciso momento todas as energias sociais que podiam utilizar-se para tomar o poder, e subordinar todos os seus esforços e os do seu partido para este fim. Porque
que a Revolução não foi um "coup d'état" bolchevique, mas uma verdadeira revolução dos trabalhadores e camponeses. Apenas os bolcheviques foram capazes deos utilizar para os seus próprios fins; a sua vitória foi, por sua vez, uma derrota das ideias comunistas, inclusive na sua versão bolchevique. Assim, se Lenine não pensou num trânsito imediato para uma agricultura colectiva e estatal, não teve dúvida que a produção rural devia estar desde o início debaixo do controlo estatal directo e que o livre comércio de mercadorias significaria a ruína do socialismo.
Retirado de Respublica, JAM
Foto picada de The Library of Congress