quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Labriola, Antonio (1843-1904)

Professor de história e filosofia em Roma. Discípulo de Bertrando Spaventa, hegeliano italiano, com quem estuda em Nápoles, e mestre de Croce e Gramsci. Considerado o primeiro marxista hegeliano, por contrariar a interpretação determinista e materialista do modelo de Engels, é também influenciado por Espinosa e Vico, acentuando o papel da consciência e da praxis. Se defende o gradualismo marxista, opõe-se, contudo, ao revisionismo de Bernstein, ao mesmo tempo que também se distancia das teses voluntaristas de Sorel. Considera que as leis do mundo natural não se aplicam ao mundo humano, dado que este é um meio artificial, onde a estrutura económica só em última análise determina as instituições e a consciência. Propõe a criação de uma associação que não produzisse mercadorias e que por isso já não é o Estado, mas sim o seu oposto, ou seja, o sustentáculo técnico e pedagógico da convivência humana, o “self government” do trabalho... a sociedade dirigida como Estado foi sempre a de uma maioria entregue à tutela de uma minoria, dado que o Estado é... sistema de forças que mantém o equilíbrio ou o impõe pela violência ou pela repressão, dado que Estado cresceu ou diminuiu de poderes mas nunca desapareceu... o Estado é uma real ordenação de defesas para garantir e perpetuar um método de convivência.


Retirado de Respublica, JAM