Koyré, Alexander (1892-1964)
(...) "Alexandre Koyré identifica a revolução galileana, que fundou a ciência clássica, com a geometrização do mundo e a destruição do cosmos. (1) De fato, nos quase três séculos desde Galileu até o princípio do século XX, não se fez cosmologia plenamente dentro do programa de matematização do real. O Universo não é visto como um Cosmos com níveis de organização, mas sim como uma repetição monótona ad infinitum de uma porção local. Paralelamente, a dimensão temporal foi retirada das considerações sobre o Universo. O cotidiano também é estendido indefinidamente, tanto em direção ao passado, como em direção ao futuro. Não faria sentido falar em origens, em uma idade do Universo. O tempo só foi re-introduzido nas considerações do Universo em 1917, quando Einstein aplicou a Teoria da Relatividade Geral, recém-desenvolvida em 1915, na construção das suas equações cosmológicas. (2)" (...).
(1) Koyré, A. Études galiléennes. Paris, Hermann, 1966.
(2) Harrison, E. R. Cosmology: the science of the universe.
Retirado de Ciência e Cultura
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