domingo, 4 de março de 2007

Ecologia

A ecologia (de oikos, casa), termo inventado em 1866 pelo zoólogo alemão Ernst Haeckel, é a ciência que tem como objecto o estudo das relações que se estabelecem entre o ambiente, o habitat, e os organismos vivos que nele habitam. No domínio sociológico a ecologia analisa a influência da localização espacial nas relações entre os homens. Já o ecologismo é uma nova ideologia nascida nos anos setenta e estruturada em 1978 em torno do livro-manifesto de René Dumont e Serge Moscovici, Pourquoi les Écologistes font-ils de la Politique?, de 1978. Assentam nos vários relatórios do Clube de Roma, desde 1972. O termo é consagrado em 1979 com o trabalho de Dominique Simonnet, L’Écologisme. Em 1979, Roger Garaudy edita Appel aux Vivants, base da respectiva candidatura a presidente, apresentada em 1981. Em 1970 nasce no Canadá o movimento Green Peace. Assentam nas teses de Ivan Illich (n. 1926).
Retirado de Respublica, JAM

Ecumenismo

Do gr. oikoumene, a terra habitada, o mundo inteiro. Diz-se da tendência para a união de todas as igrejas cristãs.

Ecumenismo Arendt, Hannah
Retirado de Respublica, JAM

Economic (An) Theory of Democracy, 1957

Obra de Anthony Downs onde se procura o conceito de eleitor racional e calculador. Os candidatos a uma eleição fazem uma espécie de oferta de bens, quando estabelecem programas e formulam promessas. O eleitor procura maximizar a sua utilidade, tentando obter com o seu voto uma incidência óptima sobre as suas condições concretas de existência. O que supõe uma identificação dos respectivos interesses e a colocação dos mesmos dentro de uma escala de preferências, bem como a fiabilidade das promessas dos candidatos.
Retirado de Respublica, JAM

Economia social de mercado

Modelo consagrado pela democracia-cristã alemã do pós-guerra, protagonizado poe Ludwig Erhard. Deste modo, se conciliou a doutrina social-cristã com o liberalismo, principalmente pelo estabelecimento de leis de defesa da concorrência inspiradas no modelo norte-americano do New Deal, implantado a partir da descartelização instalado durante a administração dos ocupantes. As teses são consideradas pelos seus opositores como a oficina de recuperação do capitalismo. Mas conseguiu estabelecer-se um modelo contrário a qualquer tipo de dirigismo. Como refere o pai do chamado milagre económico alemão, falar de um pouco de regulamentação é como se uma mulher dissesse que estava um pouco grávida.
Retirado de Respublica, JAM

Ecologismo e ambientalismo

Das escolas científicas às ideologias verdes. Alguns teóricos E. F. Schumacher (1911-1977) e o small is beautiful. Petra Kelly (1947-1992). Murray Bookchin e The Ecology of Freedom (1982). Tornar o Estado melhor, mais pequeno e mais perto da casa (Eggers e O'Leary, 1995). Reflexos em Portugal.

Em termos políticos, destaca-se a criação na Alemanha, nos finais da década de setenta da Aliança Política Alternativa, os chamados verdes. Em 1985, no Reino Unido, o anterior partido ecologista também mudou o nome e passou a designar-se por Green Party. Ambos defendem um radicalismo democrático descentralizador e novos modelos de desenvolvimento sustentável. Dentro dos movimentos verdes, há várias tendências, desde os eco-socialistas aos que sustentam a necessidade de uma revolução cultural ou espiritual.

ecologismo (veja-se o trabalho de LUC FÉRRY, Le Nouvel Ordre Écologique, Paris, Grasset, 1992, que obteve o prémio Médicis de ensaio, onde demonstra que o nazismo hitleriano foi o antecedente do ecologismo - por isso é que um Junger agora é verde; há uma ecologia radical que considera que para salvar a natureza é preciso matar o seu tirrano, o homem, acusado de alguma coisa do que racismo, o especismo, relativamente a outras espécies do planeta.
Retirado de Respublica, JAM

Eclipse of Reason, 1947

Obra de Max Horkheimer, onde se distingue a razão objectiva da razão subjectiva. A razão objectiva, dominante no mundo antigo, situa a racionalidade na realidade exterior, no mundo objectivo, nas relações existentes entre os seres humanos e as classes sociais, nas instituições sociais, na natureza e nas suas manifestações. Tanto a perspectiva de Platão como o idealismo alemão fundam-se nesta ideia e procuram um sistema compreensivo ou hierárquico de todos os seres, incluindo o homem e os seus fins. A razão objectiva apenas consiste em ajustar os meios aos fins, sejam estes quais forem. Esta forma da razão como mera faculdade intelectual de coordenação passou a predominar com a modernidade, pelo que qualquer julgamento ético deixou de assentar na racionalidade. Desta forma, a razão ficou sem autonomia face à evolução da sociedade e tratou de afastar qualquer preocupação metafísica. Transformou-se em mero aparelho de registo de factos e contribuindo para que o homem perdesse a sua individualidade.
Retirado de Respublica, JAM

Ecletismo

Movimento fiosófico francês, influenciado por Royer Collard e fundado por Victor Cousin. Filosofia oficial das universidades francesas nas décadas de trinta e quarenta do século XIX. Tentando combinar Descartes e Kant, procura reunir o que considerava as quatro grandes correntes fiosóficas: idealismo, sensualismo, cepticismo e misticismo.

Retirado de Respublica, JAM

Eckhart, Meister (1260-1327)

Johannes Eckhart, ou Meister Eckhart. Místico alemão que influencia Hegel. Dominicano. Mestre por Paris em 1302, vai para Erfurt e, depois, para a Boémia. Professor em Paris em 1311 e em Estrasburgo, de 1314 a 1322. Pregador em Colónia. Integra no tomismo algumas ideias neoplatónicas, sendo acusado de heresia por panteísmo. Condenado em 1329 pelo papa de Avinhão, João XXII. Defendendo o ascetismo e a centralidade espiritual, considerando que Deus é idêntico ao Ser, dado tornar-se no mundo criado. Porque Deus e o Mundo se reconciliaram, cada um deles, consigo mesmo, através de Cristo. É considerado precursor tanto do idealismo alemão, como do protestantismo e do existencialismo. Autor de Opus tripartitum.
Retirado de Respublica, JAM

Échelle Humaine, À l’ [1945]

Blum, Léon Obra escrita em 1941, onde se defende a social-democracia como o processo de passagem do capitalismo para o socialismo, conservando as liberdades tradicionais. Advoga-se um socialismo humanista, considerando que o mesmo não é fatalismo nem determinismo, tal como também não se configura como resignação nem cinismo, devendo libertar a pessoa humana de todas as servidões que a oprimem.
Retirado de Respublica, JAM