Merleau-Ponty, Maurice (1908-1961)
Conhecer
Salienta que conhecer passa pela compreensão, pela significação e pela estrutura. Conhecer é "apreender um dado numa certa função, numa certa relação enquanto me dá o significado ou me apresenta esta ou aquela estrutura ".
Estrutura
Por seu lado, a estrutura é "um conjunto que tem um sentido e que oferece então à análise intelectual um ponto de apoio. Mas, ao mesmo tempo, não é uma ideia‑constitui‑se, altera‑se ou reorganiza‑se diante de nós como espectáculo".
Cultura e política
Seguindo o relativismo cultural proposto por Husserl, considera que "há um centro na história, que é a acção política, e uma periferia, que é a cultura". Mas tal como não há uma "política puramente filosófica", também não existe política que não traduza "uma filosofia do homem e da vida". Neste sentido, considera que se devem ultrapassar as antinomias filosóficas tradicionais: do interior/exterior; da verdade/erro; do eu/outro; da liberdade/necessidade; do sujeito/objecto; uma ambiguidade que, contudo, não considerada imperfeição. Assim, rejeita tanto o dogmatismo de um idealismo subjectivista, como as certezas dogmáticas de um realismo objectivista. A política da ambiguidade responderia assim a uma valência do mundo humano.
· La Structure du Comportement, 1942.
· Phénoménologie de la Perception, 1945.
· Humanisme et Terreur. Essai sur le Problème Communiste, Paris, Éditions Gallimard, 1947.
· Les Aventures de la Dialectique, Paris, Éditions Gallimard, 1955.
· Sens et Non-Sens, Paris, Nagel, 1966.
· Signes, Paris, Gallimard, 1960.
. Elogio da Filosofia, Trad. Port., Lisboa, Guimarães, 1993.
Retirado de Respublica, JAM
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