sábado, 20 de outubro de 2007

Merleau-Ponty, Maurice (1908-1961)

Formado pela École Normale Supérieure. Professor de liceu, passa a leccional na universidade de Lyon, de 1945 a 1948, e depois ma Sorbonne, de 1949 a 1952, e no Collège de France, de 1952 a 1961. Começa por adoptar aquilo que designou por marxismo fenomenológico. Nesta fase, funda com Sartre em 1944 a revista Les Temps Modernes. Abandona o comunismo nos anos cinquenta, procurando aquilo que qualifica como a terceira via, a que, então, chama novo liberalismo, chegando a apoiar o governo socialista de Mendès-France.

Conhecer

Salienta que conhecer passa pela compreensão, pela significação e pela estrutura. Conhecer é "apreender um dado numa certa função, numa certa relação enquanto me dá o significado ou me apresenta esta ou aquela estrutura ".

Estrutura

Por seu lado, a estrutura é "um conjunto que tem um sentido e que oferece então à análise intelectual um ponto de apoio. Mas, ao mesmo tempo, não é uma ideia‑constitui‑se, altera‑se ou reorganiza‑se diante de nós como espectáculo".

Cultura e política

Seguindo o relativismo cultural proposto por Husserl, considera que "há um centro na história, que é a acção política, e uma periferia, que é a cultura". Mas tal como não há uma "política puramente filosófica", também não existe política que não traduza "uma filosofia do homem e da vida". Neste sentido, considera que se devem ultrapassar as antinomias filosóficas tradicionais: do interior/exterior; da verdade/erro; do eu/outro; da liberdade/necessidade; do sujeito/objecto; uma ambiguidade que, contudo, não considerada imperfeição. Assim, rejeita tanto o dogmatismo de um idealismo subjectivista, como as certezas dogmáticas de um realismo objectivista. A política da ambiguidade responderia assim a uma valência do mundo humano.

· La Structure du Comportement, 1942.

· Phénoménologie de la Perception, 1945.

· Humanisme et Terreur. Essai sur le Problème Communiste, Paris, Éditions Gallimard, 1947.

· Les Aventures de la Dialectique, Paris, Éditions Gallimard, 1955.

· Sens et Non-Sens, Paris, Nagel, 1966.

· Signes, Paris, Gallimard, 1960.

. Elogio da Filosofia, Trad. Port., Lisboa, Guimarães, 1993.

Retirado de Respublica, JAM

Foto picada de uri