Diderot, Denis (1713-1784)
Plebeu, filho de um cutileiro, assume-se como um discípulo de Francis Bacon. Em 1746 escreve obra marcada pelo deísmo, onde defende as maravilhas da natureza, numa perspectiva anticristã e que foi condenada pelo Parlamento de Paris. Concebe e dirige a publicação da Encyclopédie que pretende ser um quadro geral dos esforços do espírito humano. Depois de emitido um prospecto anunciador da publicação em 1750, o primeiro tomo surge em 28 de Junho de 1751. O segundo tomo aparece em 22 de Janeiro de 1752, mas o governo proíbe a venda dos mesmos. O III tomo apenas é editado em Novembro de 1753; o IV em 1754, o V em 1755, o VI em 1756, o VII em 1757. Em 1759 é condenada pelo Parlamento de Paris e só em 1764-1765 a obra termina. Aí escreve artigos como os de autoridade política (1751) poder, potência e soberanos (1765). Homem frontal, assume desde 1749, com a publicação de uma Lettre sur les Aveugles à l’Usage de ceux Qui voient, um programa materialista e ateu. É então preso, recebendo a visita de Rousseau. Em 1773-1774 visita Sam Petersburgo, escrevendo em 1775 um Plan d’Université pour la Russie e um Essai sur les Études en Russie. Considera há apenas duas fontes para o poder: ou a força e a violência daquele que dele se apoderou; ou o consentimento daqueles que lhe estão submetidos, por um contrato celebrado ou suposto entre eles e aquele a quem deferiram a autoridade. O poder que se adquire pela violência não é mais que uma usurpação e não dura senão pelo tempo por que a força daquele que comanda prevalece sobre a daqueles que obedecem ... (artigo Autoridade Política). Assim, define o Estado como uma sociedade civil pela qual uma multidão de homens estão unidos em conjunto sob a dependência de um soberano, para gozar, pela sua protecção e pelos seus cuidados, da segurança e da felicidade que faltam no Estado de natureza (artigo Estado).