segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Revolução Russa de 1917

A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a eliminação da autocracia russa, e depois do Governo Provisório (Duma), resultou no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da União Soviética, que durou até sua dissolução em 1991.

A Revolução compreendeu duas fases distintas:
Antecedentes
Até 1917, o Império Russo foi uma monarquia absolutista. A monarquia era sustentada principalmente pela nobreza rural, dona da maioria das terras cultiváveis. Das famílias dessa nobreza saíam os oficiais do exército e os principais dirigentes da Igreja Ortodoxa Russa.
Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha a maior população da Europa, com cerca de 175 milhões de habitantes. Defrontava também com o maior problema social do continente: a extrema pobreza da população em geral. Enquanto isso, as ideologias liberais e socialistas penetravam no país, desenvolvendo uma consciência de revolta contra os nobres. Entre 1860 e 1914, o número anual de estudantes universitários cresceu de 5000 para 69000, e o número de jornais diários cresceu de 13 para 856.
A população do Império Russo era formada por povos de diversas
etnias, línguas e tradições culturais. Cerca de 80% desta população era rural, sendo duramente explorada pelos senhores feudais. Com a industrialização foi-se estabelecendo progressivamente uma classe operária, igualmente explorada, mas com maior capacidade reivindicativa e aspirações de ascensão social. A situação de extrema pobreza e exploração em que vivia a população tornou-se assim um campo fértil para o florescimento de idéias socialistas.
A decadência da monarquia czarista
Para compreender as causas da Revolução Russa, é fundamental conhecer o desenvolvimento básico das estruturas socioeconômicas na Rússia, durante o governo dos três últimos czares.
Alexandre II (1858 - 1881)
Alexandre II tinha consciência da necessidade de se promover reformas modernizadoras no país, para aliviar as tensões sociais internas e transformar a Rússia num Estado mais respeitado internacionalmente. Com sua política reformista, Alexandre II promoveu, por exemplo:
Mesmo sem provocar alterações significativas na estrutura social existente na Rússia, a política reformista do czar encontrou forte oposição das classes conservadoras da aristocracia, extremamente sensíveis a quaisquer perdas de privilégios sociais em favor de concessões ao povo.
Apesar das medidas reformistas, o clima de tensão social continuava aumentando entre os setores populares. A terra distribuída aos camponeses era insuficiente, estando fortemente concentrada nas mãos de uma aristocracia
latifundiária. A esta faltavam no entanto recursos técnicos e financeiros para uma modernização da agricultura. Esses problemas se traduziam na baixa produtividade agrícola, que provocava freqüentes crises de abastecimentos alimentares, afetando tanto os camponeses como a população urbana.
Em
1881, o czar Alexandre II foi assassinado por um dos grupos de oposição política (os Pervomartovtsi) que lutavam pelo fim da monarquia vigente, responsabilizada pela situação de injustiça social existente.
Alexandre III (1881 - 1894)
Após o assassínio de Alexandre II, as forças conservadoras russas uniram-se em torno do novo czar, Alexandre III, que retomou o antigo vigor do regime monárquico absolutista.
Alexandre III concedeu grandes poderes à
polícia política do governo (Ochrana), que exercia severo controle sobre os sectores educacionais, a imprensa e os tribunais. Impedidos de protestar contra a exploração de que eram vítimas, camponeses e trabalhadores urbanos continuaram sob a opressão da aristocracia agrária e dos empresários industriais. Estes, associando-se a capitais franceses, impulsionavam o processo de industrialização do país. Apesar da repressão política comandada pela Ochrana, as idéias socialistas eram introduzidas no país por intelectuais preocupados em organizar a classe trabalhadora.
Alexandre III faleceu em 1894.
Nicolau II (1894 - 1917)
Nicolau II, o sucessor de Alexandre III, procurou facilitar a entrada de capitais franceses para promover a industrialização do país. O desenvolvimento capitalista russo foi ativado por medidas como o início da exportação do petróleo, a implantação de estradas de ferro e da indústria siderúrgica.
O impulso dado ao processo de industrialização teve como conseqüência a ampliação da classe operária em
cidades como Moscou e Petrogrado. Toda essa crescente classe operária enfrentava um terrível regime de exploração, sendo submetida a salários miseráveis e a jornadas de trabalho extenuantes. Nessa dramática situação de exploração do operariado, as idéias socialistas encontraram um campo fértil para o seu florescimento.
O Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR)
Com o desenvolvimento da industrialização e o maior relacionamento com a Europa Ocidental, a Rússia recebeu do exterior novas correntes políticas que chocavam com o antiquado absolutismo do governo russo. Entre elas destacou-se a corrente inspirada no marxismo, que deu origem ao Partido Operário Social-Democrata Russo.
Este
partido foi violentamente combatido pela Ochrana. Embora tenha sido desarticulado dentro da Rússia em 1898, voltou a organizar-se no exterior, tendo como líderes principais Gueorgui Plekhanov, Vladimir Ilyich Ulyanov (conhecido como Lênin) e Lev Bronstein (conhecido como Trotski).
A divisão do Partido: mencheviques e bolcheviques
Em 1903, os membros do POSDR dividiram-se em dois grupos básicos:
  • os mencheviques: liderados por Plekhanov e por Martov, defendiam que os trabalhadores podiam conquistar o poder participando normalmente das atividades políticas. Acreditavam, ainda, que era preciso esperar o pleno desenvolvimento capitalista da Rússia e o desabrochar das suas contradições, para se dar início efetivo à ação revolucionária. Como esses membros tiveram menos votos em relação ao outro grupo, ficaram conhecidos como mencheviques, que significa minoria.
  • os bolcheviques: liderados por Lênin, defendiam que os trabalhadores somente chegariam ao poder pela luta revolucionária. Pregavam a formação de uma ditadura do proletariado, na qual também estivesse representada a classe camponesa. Como esse grupo obteve mais adeptos, ficou conhecido como bolchevique, que significa maioria. Trotsky, que inicialmente não se filiou a nenhuma das facções, aderiu aos bolcheviques mais tarde.

A Revolta de 1905: o ensaio para a revolução

Em 1904, a Rússia, que desejava expandir-se para o oriente, entrou em guerra contra o Japão mas foi derrotada. A situação socioeconômica do país agravou-se e o regime político do czar Nicolau II foi abalado por uma série de revoltas, em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros (como a revolta no navio couraçado Potemkin^ ) e soldados do exército. Greves e protestos contra o regime absolutista do czar explodiram em diversas regiões da Rússia. Em São Petersburgo, foi criado um soviete para auxiliar na coordenação das várias greves e servir de palco de debate político.
Diante do crescente clima de revolta, o czar Nicolau II prometeu realizar, pelo
Manifesto de Outubro, grandes reformas no país: estabeleceria um governo constitucional, dando fim ao absolutismo, e convocaria eleições gerais para o parlamento (a Duma), que elaboraria uma constituição para a Rússia. Os partidos de orientação liberal burguesa (como o Partido Constitucional Democrata ou Partido dos Cadetes) deram-se por satisfeitos com as promessas do czar, deixando os operários isolados.
Terminada a guerra contra o
Japão, o governo russo mobilizou as suas tropas especiais (cossacos) para reprimir os principais focos de revolta dos trabalhadores. Diversos líderes revolucionários foram presos, desmantelando-se o Soviete de São Petersburgo. Assumindo o comando da situação, Nicolau II deixou de lado as promessas liberais que tinha feito no Manifesto de Outubro. Apenas a Duma continuou funcionando, mas com poderes limitados e sob intimidação policial das forças do governo.
A
Revolta de 1905 tinha sido ganha por Nicolau II, mas serviu de lição para que os líderes revolucionários avaliassem seus erros e suas fraquezas e aprendessem a superá-los. Foi, segundo Lenin, um ensaio geral para a Revolução Russa de 1917.

Revolução de 1917

A queda do czar e o processo revolucionário

Mesmo abatida pelos reflexos da derrota militar frente ao Japão, a Rússia envolveu-se noutro grande conflito, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em que também sofreu pesadas derrotas nos combates contra os Alemães. A longa duração da guerra provocou crise de abastecimento alimentar nas cidades, desencadeando uma série de greves e revoltas populares. Incapaz de conter a onda de insatisfações, o regime czarista mostrava-se intensamente debilitado.
Numa das greves em Petrogrado (actualmente
São Petersburgo, então capital do país), Nicolau II toma a última das suas muitas decisões desastrosas: ordena aos militares que disparem sobre a multidão e contenham a revolta. Partes do exército, sobretudo os soldados, apóiam a revolta. A violência e a confusão nas ruas tornam-se incontroláveis. Segundo o jornalista francês Claude Anet, morreram em São Petersburgo cerca de 1500 pessoas e cerca de 6000 ficaram feridas.
Em
15 de março de 1917, o conjunto de forças políticas de oposição (liberais burguesas e socialistas) conseguiu depor o czar Nicolau II, dando início à Revolução Russa. A partir daqui identificam-se normalmente três grandes fases: a revolução de Fevereiro, a revolução de Outubro e a guerra civil.

Revolução de Fevereiro ou Revolução Branca

A primeira fase, conhecida como Revolução de Fevereiro, ocorreu de março a novembro de 1917.
Em
23 de Fevereiro (C.J.) (8 de Março, C.G.), uma série de reuniões e passeatas aconteceram em Petrogrado por ocasião do Dia Internacional das Mulheres. Nos dias que se seguiram, a agitação continuou a aumentar, recebendo a adesão das tropas encarregadas de manter a ordem pública, que se recusavam a atacar os manifestantes.
No dia
27 de Fevereiro (C.J.), um mar de soldados e trabalhadores com trapos vermelhos em suas roupas invadiu o Palácio Tauride, onde a Duma se reunia. Durante a tarde, formaram-se dois comités provisórios em salões diferentes do palácio. Um, formado por deputados moderados da Duma, se tornaria o Governo Provisório. O outro era o Soviete de Petrogrado, formado por trabalhadores, soldados e militantes socialistas de várias correntes.
Temendo uma repetição do
Domingo Sangrento, o Grão-duque Mikhail ordenou que as tropas leais baseadas no Palácio de Inverno não se opusessem à insurreição e se retirassem. Em 2 de Março, cercado por amotinados, Nicolau assinou sua abdicação.
Após a derrubada do czar, instalou-se o Governo Provisório, comandado pelo príncipe
Georgy Lvov, um latifundiário, e tendo Aleksandr Kerenski como ministro da guerra. Era um governo de caráter liberal burguês, intensamente interessado em manter a participação russa na Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, o Soviete de Petrogrado reivindicava para si a legitimidade para governar. Já em 1 de Março, o Soviete ordenava ao exército que lhe obedecesse, em vez de obedecer ao Governo Provisório. O Soviete queria dar terra aos camponeses, um exército com disciplina voluntária e oficiais eleitos democraticamente, e o fim da guerra, objectivos muito mais populares do que os almejados pelo Governo Provisório.
Com ajuda alemã, Lenin regressa à Rússia em Abril (
C.J.), pregando a formação de uma república dos sovietes, bem como a nacionalização dos bancos e da propriedade privada. O seu principal lema era: Todo o poder aos sovietes.
Entretanto, o processo de desintegração do Estado russo continuava. A comida era escassa, a inflação bateu a casa dos 1.000 %, as tropas desertavam da fronte matando seus oficiais, propriedades da nobreza latifundiária eram saqueadas e queimadas. Em Julho, Kerenski tornou-se chefe do governo (
primeiro-ministro), mantendo a participação da Rússia na guerra.

Revolução de Outubro ou Revolução Vermelha

A segunda fase, conhecida como revolução de Outubro, teve início em novembro de 1917.

Na madrugada do dia 25 de outubro (7 de novembro pelo Calendário gregoriano), os bolcheviques, liderados por Lênin, Zinoviev e Radek, cercaram a capital, onde estavam sediados o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado. Muitos foram presos, mas Kerenski conseguiu fugir. À tarde, numa sessão extraordinária, o Soviete de Petrogrado delegou o poder governamental ao Conselho dos Comissários do Povo, dominado pelos bolcheviques. O Comitê Executivo do mesmo Soviete de Petrogrado rejeitou a decisão dessa assembléia e convocou os sovietes e o exército a defender a Revolução contra o golpe bolchevique. Entretanto, os bolcheviques predominaram na maior parte das províncias de etnia russa. O mesmo não se deu em outras regiões, tais como a Finlândia, a Polônia e a Ucrânia.
Era consenso entre todos os partidos políticos russos de que seria necessária a criação de uma
assembléia constituinte, e que apenas esta teria autoridade para decidir sobre a forma de governo que surgiria após o fim do absolutismo. As eleições para essa assembléia ocorreram em 12 de Novembro de 1917, como planejado pelo Governo Provisório, e à excessão do Partido Constitucional Democrata, que foi perseguido pelos bolcheviques, todos os outros puderam participar livremente. Os Socialistas Revolucionários receberam duas vezes mais votos do que os bolcheviques, e os partidos restantes receberam muito poucos votos. Em 26 de Dezembro, Lênin publicou suas Teses sobre a assembléia constituinte, onde ele defendia os sovietes como uma forma de democracia superior à assembléia constituinte. Até mesmo os membros do partido bolchevique compreenderam que preparava-se o fechamento da assembléia constituinte, e a maioria deles foram contra isto, mas o Comitê Central do partido ordenou-lhes que acatassem a decisão de Lênin.
Na manhã de
5 de Janeiro de 1918, uma imensa manifestação pacífica a favor da assembléia constituinte foi dissolvida à bala por tropas leais ao governo bolchevique. A assembléia constituinte, que se reuniu pela primeira vez naquela tarde, foi dissolvida na madrugada do dia seguinte. Pouco a pouco, se tornou claro que os bolcheviques pretendiam criar uma ditadura para si, inclusive contra os partidos socialistas revolucionários. Isto levou os outros partidos a atuarem na ilegalidade, sendo que alguns deles passariam à resistência armada ao governo.

Durante este período, o governo bolchevique tomou uma série de medidas de impacto, como:

Guerra civil

Durante o curto período em que os territórios cedidos no Tratado de Brest-Litovski estiveram em poder do exército alemão, as várias forças anti-bolcheviques puderam organizar-se e armar-se. Estas forças dividiam-se em três grupos que também lutavam entre si:

1) czaristas ,

2) liberais, eseritas e metade dos socialistas e

3) anarquistas.

Com a derrota da Alemanha em 1919, esses territórios tornaram-se novamente alvo de disputa, bem como bases das quais partiriam forças que pretendiam derrubar o governo bolchevique.
Ao mesmo tempo, Trotsky se ocupou em organizar o novo
Exército Vermelho. Com a ajuda deste, os bolcheviques mostraram-se preparados para resistir aos ataques do também recém formado Exército polonês, dos Exércitos Brancos de Denikin, Kolchak, Yudenich e Wrangel(que se dividiam entre as duas primeiras facções citadas no paragrafo anterior), e também para suprimir o Exército Insurgente anarquista de Makhno e o soviete revoltoso de Kronstadt. No início de 1921, encerrava-se a guerra civil, com a vitória do Exército Vermelho. O Partido Bolchevique, que desde 1918 havia alterado sua denominação para Partido Comunista, consolidava a sua posição no governo.

Criação da União Soviética

Terminada a guerra civil, a Rússia estava completamente arrasada, com graves problemas para recuperar sua produção agrícola e industrial. Visando promover a reconstrução do país, Lenin criou, em fevereiro de 1921, a Comissão Estatal de Planificação Econômica ou GOSPLAN, encarregada da coordenação geral da economia do país. Pouco tempo depois, em março de 1921, adoptou-se um conjunto de medidas conhecidas como Nova Política Económica ou NEP, que promoveu um certo retorno a formas económicas capitalistas, designadamente da agricultura. "Um passo para trás, para poder dar dois para frente" (Lênin)
Entre as medidas tomadas pela NEP destacam-se: liberdade de comércio interno, liberdade de salário aos trabalhadores, autorização para o funcionamento de empresas particulares e permissão de entrada de capital estrangeiro para a reconstrução do país. O Estado russo continuou, no entanto, exercendo controle sobre sectores considerados vitais para a economia: o
comércio exterior, o sistema bancário e as grandes indústrias de base.

A ditadura comunista e a fundação da URSS

Desde 1918, após uma uma tentativa de assassinato de Lenin no mês de agosto com a participação de membros do partido Socialista Revolucionario, os comunistas tinham proibido os outros partidos politicos. Em abril de 1922, Stalin foi nomeado secretário-geral do Partido, encarregando-se de combater as oposições faccionárias no interior do Partido e de garantir os postos importantes da administração estatal para pessoas da inteira confiança do regime- o que foi por ele utilizado para impor à administração interna a hegemonia do seu grupo pessoal.
Em
dezembro de 1922, foi organizado um congresso geral de todos os sovietes, ocorrendo a fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O governo da União, cujo órgão máximo era o Soviete Supremo (Legislativo), passou a ser integrado por representantes das diversas repúblicas.
Competia ao Soviete Supremo eleger um comitê executivo (
Presidium), dirigido por um presidente a quem se reservava a função de chefe de estado. Competiam ao governo da União as grandes tarefas relativas ao comércio exterior, política internacional, planificação da economia, defesa nacional, entre outros.
Paralelamente a essa estrutura formal, estava o Partido Comunista, que controlava, efectivamente, o poder da URSS. Sua função era escolher as novas
elites que seriam os quadros da nação, controlar os órgãos estatais, estimulando sua atividade e verificando sua lealdade e manter os dirigentes em contacto permanente com as massas. Também assegurava à população a difusão das diretrizes vindas da alta cúpula.

A ascensão de Stalin

Lénin, o fundador do primeiro Estado socialista, morreu em janeiro de 1924. Teve início, então, uma grande luta interna pela disputa do poder soviético, Num primeiro momento, entre os principais envolvidos nesta disputa pelo poder figuravam Trotski e Stalin.
Trotski defendia a
tese da revolução permanente, segundo a qual o socialismo somente seria possível se fosse construído à escala internacional. Ou seja, a revolução socialista deveria ser levada à Europa e ao mundo.
Opondo-se a tese
trotskista, Stalin defendia a construção do socialismo num só país. Pregava que os esforços por uma revolução permanente comprometeriam a consolidação interna do socialismo na União Soviética.
A tese de Stalin tornou-se vitoriosa. Foi aceita e aclamada no
XIV Congresso do Partido Comunista.
Trotski foi destituído das suas funções como
comissário de guerra, expulso do Partido e, em 1929, deportado da União Soviética. Tempos depois, em 1940, foi assassinado no México, a mando de Stalin, por um agente de segurança soviético, que desferiu no antigo líder do Exército Vermelho golpes de picareta na cabeça.

A burocracia e o terror

A partir de dezembro de 1929, Stalin converteu-se no ditador absoluto da União Soviética. O método que utilizou para a total conquista do poder político teve como base a sua habilidade no controle da máquina burocrática do Partido e do Estado, bem como a montagem de um implacável sistema de repressão política de todos os opositores. Desse modo, Stalin conseguiu eliminar do Partido, do Exército e dos principais órgãos do Estado todos os antigos dirigentes revolucionários, muitos dos quais tinham sido grandes companheiros de Lénin, como Zinoviev, Bukharin, Kamenev, Rikov, Muralov entre outros.
Depois de
presos e torturados, os opositores de Stalin eram forçados a confessar crimes de espionagem que não haviam praticado. E, assim, conhecidos patriotas eram executados como traidores da pátria. Era a farsa jurídica que caracterizou as chamadas depurações estalinistas.
Durante o período
stalinista (1924 - 1953) calcula-se que o terror político soviético foi responsável pela prisão de mais de cinco milhões de cidadãos e pela morte de mais de 500 mil pessoas.

Retirado da Wikipédia

Revolução Chinesa

Movimento nacionalista que derrubou a dinastia Manchu, em 1911, proclamendo a república. A revolução foi chefiada por Sun Yixian, primeiro presidente das Províncias Unidas da China.
Com cerca de 400 milhões de habitantes, a
China do final do século XIX era um país submetido aos interesses das principais potências imperialistas. Essa sujeição era tão intensa que, nas praças públicas das cidades chinesas, os ocidentais davam-se direito de fincar cartazes onde se lia: “É proibida a entrada de cães e de chineses no jardim”.
Para exercer sua dominação, as nações imperialistas contavam com o apoio de uma propaganda massiva e a conivência dos imperadores chineses da dinastia Manchu, que dominavam o país desde o século XVII.
Esse contexto marcado por privilégios e humilhações levou inúmeros chineses a organizaram atos de rebeldia. Em 1900, por exemplo, os Boxers, membros de uma sociedade secreta que praticava o boxe sagrado, iniciaram uma revolta nacional contra os estrangeiros, mas acabaram massacrados pelos exércitos das potências ocidentais que haviam se unido contra eles. Os Boxers foram vencidos. A semente, porém, estava lançada.
Aos poucos, as camadas populares foram se engajando na luta pela democracia. Finalmente, em 1911, o antigo império chinês desabou. A revolta que pôs fim à monarquia chinesa foi liderada por Sun Yat-sen, nomeado então presidente da República recém-proclamada. Sun Yat-sen, junto com seus seguidores, fundou o Kuomintag, Partido Nacional do Povo.
A República chinesa, no entanto, não conseguiu fazer frente às potências estrangeiras e nem aos chefes militares locais, chamados “os senhores da guerra”. Eles possuíam enorme poder nas províncias e controlavam, juntamente com outros grandes proprietários de terra, cerca de 88% das áreas produtivas.
Em 1921, coma disposição de organizar os operários, os artesãos e os 30 milhões de collies existentes no país, foi criado o Partido Comunista Chinês (PCC). Seus principais fundadores foram o intelectual Chen-Tu-xiu, o educador Peng-Pai e o ativista político Mao Tse-tung. A princípio, esse partido aliou-se ao Partido Nacional do Povo. Essa aliança, porém, durou pouco.
Em 1927, o general Chiang Kai-shec assumiu o comando das tropas do Partido Nacional do Povo, disposto a submeter os chefes militares locais e impor-se ao país todo. Durante as lutas que então se travaram, Chiang Kai-shec voltou-se também contra os comunistas, ordenando que os massacrassem. A partir daí, a união entre os nacionalistas e os comunistas cedeu lugar a uma guerra entre eles.
Um dos episódios marcantes dessa guerra foi a Longa Marcha, uma caminhada de 10 mil quilômetros que o principal líder comunista, Mao Tse-tung, empreendeu com mais de 100 mil pessoas em direção ao noroeste do país com o objetivo de escapar ao cerco inimigo. Durante a caminhada, muitas pessoas morreram, outras ficaram pelo caminho organizando os camponeses, que haviam se transformado na principal base de apoio dos comunistas. Apenas 9 mil chegaram ao destino final, a província de Shensi, onde se ergueu o quartel-general das tropas maoístas.
A prolongada guerra entre nacionalistas e comunistas foi interrompida apenas duas vezes. A primeira, em 1937, quando se uniram para lutar contra o
Japão que havia invadido a Manchúria, no norte do país. A segunda, durante a Segunda Guerra Mundial, para enfrentar as forças nazi-fascistas.
Com o final da Segunda Guerra, os japoneses foram expulsos do território chinês e as tropas de Chiang Kai-shec, com o apoio bélico dos Estados Unidos, lançaram uma ofensiva contra os “vermelhos” de Mao Tse-tung, reiniciando, então, o conflito armado.
Mesmo sem a ajuda da maior potência comunista, a União Soviética, dirigida na época por Stálin, as forças de Mao conseguiram a vitória. Em 1º de outubro de 1949, conquistaram o poder e proclamaram a República Popular da China. Chiang Kai-shec e o que restava de seu governo refugiaram-se na ilha de Formosa (Taiwan), onde instalaram a China Nacionalista.
Retirado da Wikipédia
Revolução Cultural Chinesa
A Revolução Cultural na China foi lançada em 1966 por Mao Tse Tung. A intenção dos mentores da revolução era combater o surgimento de classes e categorias privilegiadas, além de desejar revitalizar o espírito da revolução chinesa , e principalmente acabar com o modo de vida da cultura ocidental. Foi realizada basicamente pela Guarda Vermelha e teria paralisado o progresso material e tecnológico do país. Seus princípios inspiraram a constituição.
A Revolução
A Revolução Cultural Chinesa (ou, de modo completo, Grande Revolução Cultural Proletária) foi um movimento de massas na República Popular da China dentre os anos de 1966 e 1976, por parte de estudantes e trabalhadores, contra a burocracia que tomava conta do Partido Comunista Chinês. Incidentalmente ou intencionalmente, o movimento acabou enfraquecendo os adversários de Mao Zedong que ganhavam força então. (A Revolução Cultural representou uma depuração partidária, contra o revisionismo que se insinuava.) O processo foi oficialmente terminado por Mao em 1969, mas os especialistas dizem que ele durou até o golpe contra os seguidores próximos e Jiang Qing, esposa de Mao (a Camarilha dos Quatro), 1976.
Entre 1966 e 1969 Mao encorajou a formação de comitês revolucionários (bases da Guarda Vermelha), compostos pelas mais diversas forças (militares, camponeses, elementos do partido, governo, etc) e destinados a tomar o poder onde necessário. Como na intelectualidade se encontravam alguns dos inimigos da revoluçao , o ensino superior foi praticamente desativado no país.
A idéia essencial da Revolução Cultural era manter o fervor revolucionário e um estado constante de luta e superação, sem os quais, acreditava o Grande Timoneiro (apelido de Mao), a revolução comunista estaria fadada ao fracasso. Um dos antecessores (embora em sentido quase oposto) da Revolução Cultural foi o chamado Desabrochar de Cem Flores ("Que desabrochem cem flores, cem escolas de pensamento..."), na década anterior.
Além disso, a Revolução pretendia tornar cada unidade econômica chinesa (fábricas, fazendas, etc) em uma unidade de estudo e reconstrução do comunismo. Expandindo, portanto, a coletivização, o público para o campo das idéias – o que encontrava natural barreira no academicismo e no hábito de que o conhecimento só deveria ser produzido em centros específicos. Mao acreditava que a próxima fase da Revolução Chinesa seria justamente ultrapassar a revolução da ordem econômica para a ordem ideológica, para a alma do cidadão chinês. Essa é, em síntese, a justificativa para o adjetivo Cultural da revolução.
Foi consequência indireta do programa conhecido como Grande Salto Adiante, lançado em 1958. O Grande Salto tinha por objetivos estruturar a produção agrária em sistema cooperativo e organizar a produção industrial, além de outros objetivos específicos como o aumento da produção de minerais através de milhões de pequenas unidades produtoras – os fornos caseiros. Em 1961 o programa foi abandonado, em razão de diversos insucessos e do rompimento entre a China e a União Soviética no ano anterior.
Como consequência do fracasso do Salto houve um período de grande fome no começo da década de 1960, pois a produção agrícola estava um tanto desorganizada. Na resolução da crise tiveram sucessos dois promissores elementos do Partido Comunista, Liu Shaoqi e Deng Xiaoping, que começavam então a desafiar o poder e prestígio de Mao. Liu e Deng planejavam remover poderes concretos de Mao e deixá-lo apenas como uma figura decorativa.
Mao antecipou-se aos dois golpistas e passou a atacar Liu em 1963, declarando então a idéia de luta revolucionária cotidiana e também a necessidade de promover uma limpeza nos quadros político, econômico, organizacional e ideológico da República.
Problemas com crítica intelectual nos anos seguintes levariam a um mal-estar entre os membros do governo, e finalmente em 1966 Mao iniciou a Revolução Cultural. O primeiro comitê foi formado em 29 de Maio de 1966 na Universidade Tsinghua, com o objetivo de expurgar e eliminar as oposições a Mao. É importante destacar que o próprio Lênin havia advertido quanto à necessidade de depurar o partido de tempos em tempos, para evitar a contra-revolução.
Em 1 de agosto de 1966 o corpo de dirigentes da República Popular da China aprovou uma lei chamada "Decisões acerca da Grande Revolução Cultural Proletária". Esta lei posicionava o governo da China no apoio aos expurgos de intelectuais reacionários e imperialistas. A maior parte dos expurgos foi conduzida pela Guarda Vermelha.
Neste ano de 1966 ocorreram inúmeros expurgos de intelectuais supostamente imperialistas e reacionários. Em agosto foi organizada uma manifestação de desagravo ao Grande Timoneiro em Beijing, para a qual compareceram 11 milhões de elementos de Guarda Vermelha.
Por quatro anos, até 1969, a Guarda Vermelha expandiu suas áreas de autoridade e acelerou as ações de expurgo. Tornou-se, portanto, a principal autoridade de China, responsável por proteger o regime contra os reacionários burgueses. Alguns elementos que obtinham privilégios do sistema eram punidos de maneiras criativas, por exemplo, eram enviados para trabalho braçam em fábricas e no campo, de modo a conhecerem o dia-a-dia dos mais simples. O próprio Deng Xiaoping foi mandado para trabalhar numa fábrica de motores.
Também é importante destacar a importância, na decisão de Mao e seus colaboradores para iniciar a Revolução Cultural, das críticas específicas feitas pela peça "Hai Rui Ba Guan" ("Hai Rui demitido do governo"), que de maneira alegórica mostrava o recente conflito entre Mao e Peng Dehuai, um dos dirigentes do Partido Comunista expulso por criticar o Grande Salto. Jiang Qing e Lin Biao conseguiram reverter a crítica desta peça em uma série de artigos defendendo Mao, o que facilmente descambou em culto a personalidade.
De outro lado, os expurgos eram mormente acompanhados de rituais de humilhação pública, como vestir os contra-revolucionários em túnicas, levá-los às ruas com cartazes pendurados no pescoço, onde eram linchados por multidões incitadas pela Guarda Vermelha. Peng Dehuai foi um dos dirigentes expurgados e humilhados publicamente, em Beijing.
Em janeiro de 1967 houve a chamada Tempestade de Xangai (comandada por Lin Biao e Jiang Qing), que tomou o poder na cidade de Xangai e o colocou nas mãos de um comitê revolucionário.
Por esse tempo, a única maneira de escapar aos expurgos era envolver-se em algum tipo de atividade "revolucionária", embora esse envolvimento apenas garantia uma maior segurança e não afastava de vez a possibilidade de expurgo.
Rapidamente o movimento seguiu para o culto a personalidade, principalmente a partir de 1968, com a promoção de Mao a um status praticamente de deus terreno: ele seria a fonte de todas as alegrias e conquistas do povo chinês. O Livro Vermelho passou a ditar todas as regras de vida. Lin Biao também ganhou importância.
A situação saiu do controle dos dirigentes do PCC, e para conter a situação decidiu-se pelo desmantalento da Guarda Vermelha. Oficiais foram expurgados e mandados para trabalho nos campos.
Em dezembro de 1968 Lin Biao tornou-se o número dois na hierarquia do Partido, substituindo Liu Shaoqi, que foi "banido para sempre". Oficializou-se a subida de Biao em abril do ano seguinte, no nono congresso do PCC.
Havia rumores da desconfiança de Mao em relação ao crescente poder e influência de Liu. Em 1971,Piao após ser denunciado como traidor fugiu junto com sua família em um avião para a União Soviética. "Misteriosamente" seu avião não tinha combustível suficiente para lá chegar e caiu em uma área remota da Mongólia matando PIAO e familia.
Com a morte de Mao em 1976 terminou a Revolução Cultural. Hua Guofeng passou a dirigente máximo da China, e apesar de ter recebido a confiança de Mao enquanto ainda vivo, teve como primeiros atos a prisão dos seguidores daquele (a Camarilha dos Quatro). Deng Xiapoing pediu oficialmente sua reintegração, sendo aceito por Guofeng, e passando a dominar a política chinesa nos anos seguintes.
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Revolução Americana de 1776

A Revolução Americana de 1776 teve suas raízes com a assinatura do Tratado de Paris que em 1763 acabou por finalizar a Guerra dos Sete Anos. Ao final do conflito, o território do Canadá foi incorporado pela Inglaterra. Neste contexto, as treze colônias representadas por Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, New Hampshire, Nova Jersey, Nova York, Pensilvânia, Delaware, Virgínia, Maryland, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia começaram a ter seguidos e crescentes conflitos com a metrópole, pois devido aos enormes gastos com a guerra, a Metrópole inicia uma maior exploração sobre essas áreas. As colônias finalmente desencadeariam o desejo e a declaração de independência, em 4 de julho de 1776, e a Guerra de independência dos Estados Unidos da América. A guerra teria fim em 1783, quando a independência dos Estados Unidos foi reconhecida pelo Reino Unido no Tratado de Paris de 1783. Apesar da estrutura social ter permanecido inalterada (o norte continuou capitalista e no sul a escravidão foi mantida), a Guerra da Independência dos Estados Unidos é chamada de revolução por ter instituido, na Constituição de 1787, vigente até hoje, uma república federal, a soberania da nação, e divisão tripartida dos poderes. Além disso, influenciou as revoluções liberais que aconteceram na Europa, como a Revolução Francesa.
Atritos
A Guerra dos Sete Anos, terminada pela vitória da Inglaterra sobre a França (Tratado de Paris, 1763), deixou a nação vencedora na posse de ricos territórios no continente americano, já colonizados, sendo reconhecido o seu direito de expandir o seu domínio em direção ao interior do continente. Esta possibilidade agradou aos colonos, que prontamente se prepararam para explorar e aproveitar novas terras, mas, para sua grande surpresa, o governo de Londres, por recear desencadear guerras com as nações índias, determinou que nenhuma nova exploração ou colonização de territórios pudesse ser feita sem a assinatura de tratados com os índios. Foi esta a primeira fonte de conflito entre os colonos e a Coroa inglesa.
Mas, pouco depois, surgiram novos atritos. A Guerra dos Sete Anos, apesar de vencida pela Inglaterra, obrigou a Coroa a impor medidas restritivas às Treze Colônias. Procurando restaurar o equilíbrio financeiro, a metrópole apertava as malhas do pacto colonial com vários atos. Em 1750 foi proibida a fundição de ferro nas colônias. Em 1754 proibiram-se a fabricação de tecido e o contrabando. Em 1765 foi aprovado um decreto regulamentando a obrigação de abrigar e sustentar tropas inglesas em solo americano (prática que pesava muito sobre as finanças coloniais). Foram ainda criadas a Lei do Selo que acrescentou um imposto de selo sobre jornais, documentos legais e oficiais, etc. e os Atos de Townshend, que procuravam limitar e mesmo impedir que os americanos continuassem suas relações comerciais com outras regiões que não a Inglaterra.
Em 1773, o Parlamento inglês concedeu o monopólio do comércio do chá à Companhia das Índias Orientais, da qual muitas personalidades inglesas possuíam ações. Os comerciantes rebeldes estadunidenses que se sentiram prejudicados disfarçaram-se de índios peles-vermelhas, assaltaram os navios da companhia que estavam no porto de Boston e lançaram o carregamento de chá no mar (Festa do Chá de Boston). A Inglaterra reagiu de imediato com um conjunto de leis que os americanos chamaram de "Leis Intoleráveis" (1774): fechamento do porto de Boston; indenização à companhia prejudicada e o julgamento dos envolvidos, na Inglaterra.
As reações dos colonos foram, de início, exaltadas, mas pacíficas: exigiram o direito de eleger representantes para o Parlamento de Londres (para poderem discutir e votar as leis que lhes diziam respeito), passando depois a atos de boicote às mercadorias inglesas. Esta guerra económica desencadearia motins e forçou o governo inglês a alguns recuos, que contudo não satisfizeram os colonos. O conflito agravou-se com a presença de tropas enviadas para conter os protestos. Como resposta, em 1774 os representantes das colônias estadounidenses, exceto Geórgia, enviaram seus delegados a Filadélfia, num primeiro Congresso Continental que, a partir daí, embora com divergências no seu seio, foi a voz política dos colonos. Em 1774, houve o 1º Congresso Continental de Filadélfia, onde se resolveu acabar com o comércio com a Inglaterra enquanto não se restabelecessem os direitos anteriores a 1763. O mesmo Congresso também redigiu e divulgou uma Declaração de Direitos. Houve logo depois, um 2º Congresso em que foi reunido em Filadélfia onde se decidiu a criação de um exército que seria comandado por George Washington, fazendeiro e chefe da milícia Virgínia. Nesse Congresso, apesar de se manterem leais ao rei, os colonos pediram a suspensão das "Leis Intoleráveis" e firmaram uma Declaração dos Direitos dos Colonos, no qual pediram a supressão das limitações ao comércio e à indústria, bem como dos impostos abusivos. O rei reagiu, pedindo aos colonos que se submetessem; estes, porém, não se curvaram diante da coroa inglesa. O extremar das posições levou à criação de milícias, à constituição de depósitos de munições e a um aumento contínuo de tensão que iria irromper em guerra.
Cronologia
Além dos conflitos políticos, iniciou-se um movimento contra a carga tributária exercida pelos ingleses sobre a produção de açúcar (Sugar Act), e sobre a produção gráfica (Stamp Act).
Além da cobrança excessiva de
impostos, os ingleses em 1765 proibiram a abertura de estabelecimentos fabris nas colônias. Isto gerou uma onda de descontentamento dos colonizadores que para a América do Norte foram fazer fortuna. Iniciou-se então um sentimento de independência e de nacionalidade dos habitantes da região.
Os
ingleses vendo que a economia da colônia mostrava sinais de enriquecimento e vigor, resolveram forçá-la para baixo com a adição de novos impostos e sobre-taxas de produção sobre a fabricação de tintas, vidro, papel e principalmente chá.
Em
1773, devido à alta dos impostos, ocorreu em Boston a revolta do chá. Samuel Adams e John Dickinson fundaram a Sociedade dos Filhos da Liberdade.
Na
Filadélfia em 5 de Setembro de 1774, se reuniram os representantes das 13 colônias no chamado então primeiro congresso continental. Neste encontro foi redigida uma declaração de direitos e exigido o retorno à situação anterior.
O
Parlamento britânico não aceitou as reivindicações da colônia, aumentando desta forma os atritos entre as treze colônias e o governo central, culminando com a eclosão da guerra em 1775 em Lexington e Concord.
Ainda em 1775 ocorreu o segundo congresso continental, simultaneamente houve a
batalha de Ticonderoga, com a vitória dos anticolonialistas. Com o moral elevado dos combatentes houve a criação do exército continental.
Em
4 de Julho de 1776, representantes das 13 colónias reunidos em Congresso declararam a independência das 13 colônias inglesas do continente americano.
No dia
17 de Outubro de 1777, os norte-americanos venceram a batalha de Saratoga. Os franceses, poloneses, espanhóis e prussianos, países antagonistas da Inglaterra, vieram em auxílio aos rebeldes enviando soldados para ajudar na guerra da independência.
Em
1780, os ingleses foram derrotados na batalha naval de Chesapeake, em 19 de outubro de 1781, o exército inglês, sob o comando de Lord Cornwallis, rendeu-se em Yorktown.
Finalmente em
1783, em Paris, foi assinado o tratado em que os Estados Unidos representados por Benjamin Franklin, John Adams e John Jay tiveram sua independência reconhecida pela Grã-Bretanha.
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