Militante
O que participa activamente, de forma exigente, na vida de uma organização política ou sindical, aceitando os objectivos e a ideologia da mesma.
Tentativa de compilação, dentro do espaço académico de língua portuguesa, de todas as informações que, nas Ciências Sociais, contribuam para a edificação do sistema teórico-conceptual da Politologia, como lugar para continuar a pensar e reescrever a Política! Sem mitos xenófobos! Sem reducionismos ideológicos! Oxalá!
O que participa activamente, de forma exigente, na vida de uma organização política ou sindical, aceitando os objectivos e a ideologia da mesma.
Segundo Jacques Ellul, deixou de haver simples técnicas, entendidas como máquinas, como meios ou instrumentos que o homem utiliza para se relacionar com o ambiente. As técnicas passaram à técnica, ao milieu technique. A técnica transformou-se no próprio suporte da comunicação e o homem deixou de ter com ela uma relação mediata, passando a ter uma relação imediata, de tal maneira que a própria consciência pessoal passou a ser um reflexo do próprio meio técnico.
Força armada de cidadãos-soldados, paralela às forças armadas regulares, marcada pelo recrutamento voluntário e visando defender uma determinada orientação ideológica. Em Portugal, com o liberalismo estabeleceu-se uma Guarda Nacional. O salazarismo instituiu a Legião Portuguesa
Um dos teóricos do neo-marxismo anglo-saxónico.
· The State in Capitalist Society, Nova York, Basic Books, 1969 [trad. port. O Estado na Sociedade Capitalista, Lisboa, Editorial Presença, 1977].
· Marxism and Politics, Oxford, Oxford University Press, 1978.
· Divided Societies. Class Struggle in Contemporary Capitalism, Oxford, Oxford University Press, 1990.
Retirado de Respublica, JAM
«Depois da glasnost, da perestroika, da queda do muro de Berlim, das profundas mudanças na economia chinesa, o socialismo tem algum futuro? Ou tem algo a dizer sobre o presente? Ou é apenas uma ideologia ultrapassada, mero fruto da hoje tão distante Revolução Industrial? Socialismo e ceticismo oferece respostas instigantes para estas e muitas outras questões congêneres, a partir de uma profunda análise da ampla gama de aspectos do capitalismo - sistema que tem como principal objetivo o lucro, e que por isso, "apesar de tudo o que se diga em contrário, não é compatível com boas condições de vida para todos."
A decorrência da análise praticada por Ralph Miliband percorre toda a obra: o socialismo é a única opção econômica, política e social capaz de resgatar uma dignidade de vida que, para grandes contingentes da atual população mundial, é uma miragem, um sonho ou uma realidade inatingível (não merecendo por isso sequer ser pensada). As assim chamadas e muitas vezes decantadas democracias ocidentais são tratadas aqui como meras "oligarquias temperadas por instituições democráticas" - sistemas de governo ainda bastante distantes dos verdadeiros ideais democráticos de participação popular. E as relações entre governo e grandes empresas privadas são abordadas em seus aspectos subjacentes e fundamentais, principalmente como elementos socialmente produzidos para garantir o enriquecimento de uma minoria egoísta e predadora. Esta obra também apresenta e discute, com a necessária lucidez e imparcialidade, os problemas antigos e atuais dos regimes socialistas, não poupando as merecidas críticas a que muitos deles estão sujeitos, por terem gerado processos impossíveis de serem vistos como democráticos: surgimento de uma classe burocrática privilegiada, violação de direitos humanos, centralização de poder, policiamento político, indiferença política da classe trabalhadora.»
Retirado de Editora UNESP
Foto 1 picada da Press Books
Foto 2 picada de schoolnet
Ver Norman Cohn, The Pursuit of Millenium.
Retirado de Respublica, JAMRetirado de Respublica, JAM
Imagens e texto 2 retiradops da Wikipedia
foto picada de Cortina di Ferro
- Vaclav Havel, o intelectual checo que fora um dos principais animadores do movimento dissidente Carta 77, se era preso em 16 de Janeiro de 1989, dez meses depois, já assumia a presideência da então República Checoslovaca, tendo ao seu lado, como Presidente do Parlamento, Alexander Dubcek, o líder da malograda primavera de Praga.
foto picada de OTAN
- Também na Polónia, depois de dez anos de luta, eis que, em Janeiro de 1989, era legalizado o moviemnto Solidariedade que, depois de vencer as eleições de Junho, já assumia a presidência do Governo, em 24 de Agosto, com o intelectual católico Thadeus Mazowiecki, adepto da política antipolítica e de um regresso aos valores fundamentais.
foto picada de demokrata
- Na Roménia, por seu lado, os acontecimentos precipitavam-se no mês de Dezembro, onde, depois dos acontecimentos de Timisoara, no dia 16, eis que no dia 25, era derrubado, de forma fulminante, o conducator Nicolai Ceausescu, com requintes macabros.
- Já na Alemanha, depois da fuga de milhares de cidadãos da RDA para a RFA, através daHungria, em Setembro, eis que no mês seguinte se davam mudanças nas cúpulas de Berlim Leste (o recém falecido Honecker era substituído por Egon Krenz) e, no dia 9 de Novembro, já caía o muro da vergonha.
foto picada de Europa
- Em África foi também em 1989 que assumiu a presidência da República da África do Sul, Frederik De Klerk (15 de Agosto) e que a SWAPO ganhava as aleições na Namíbia (11 de Novembro).
foto picada de nepad
Também na América do Sul sopraram novos ventos:
- No Paraguai era derubado o ditador mais antigo em exercício, Alfredo Stroessner.
foto picada de CTV.es
- No Brasil, Collor de Melo era eleito, em 17 de Dezembro, nas primeiras directas desde 1960,
foto picada de webrebate
enquanto se dava, três dias depois, a invasão do Panamá por tropas norte-americanas.
foto picada de tvcultura
Por sua vez, na Ásia:
- Para além da retirada do exército do Vietname do Cambodja (29 de Setembro), eis quetambém sucedia o episódio de Tian an men, entre 22 de Abril e 4 de Junho, com a ocupação
da Praça da Paz Celestia por estudantes, numa manifestão que o poder de Pequim, sob a liderança de Deng Xiaoping, vai considerar como contrarevolucionária, com as violentas consequências da aplicação da lei marciual, decretada em 19 de Maio, quatro dias depois de Mikhail Gorbatchov ter visitado Pequim.
foto picada de lapasserelle
Las but not least, eis que em 3 de Dezembro de 1989, ocorria a cimeira de Malta, entre Gorbatchov e Bush, onde se concluía o ciclo iniciado em Yalta, em 1945. Isto é, ruía a velha ordem mundial, estabelecida pelo equilíbrio entre duas superpotências. Mas, se o mundo já não era o que tinha sido e não podia voltar a ser o que se superara, todos ficavam sem saber o que viria a ser. É que, como costuma dizer o Professor Adriano Moreira, da nova Ordem apenas sabemos que acabou a antiga.
foto picada da BBC
Publicado por Zé Rodrigo às 12:39:00 da tarde
Categorias temáticas: Para uma História das Ideias Políticas (de A a Z)
Em 3 de Maio de 1828, depois do abandono do conde de Vila Real, o governo miguelista passou a ser um ajuntamento das duas facções.
Tradicionalistas tories
Uma, adepta do tradicionalismo consensualista e favorável às ligações com a Inglaterra, onde à frente de um governo tory estava o próprio Wellington, era representada por Cadaval, Barbosa de Magalhães e pelo Visconde de Santarém. Diga-se, de passagem, que a partir da facção moderada do miguelismo era possível o lançamento de pontes com a linha conservadora dos cartistas, nomeadamente através de Palmela, isto é, havia mais proximidades entre certas parcelas daquilo que hão-se as barricadas da guerra civil, do que, dentro das famílias de cada uma delas.
Outra, a facção apostólica ou rainhista, liderada por Basto, ex-intendente da polícia, era adepta da linha dura. Aliás, Basto chegou mesmo a prender o médico pessoal de D. Miguel.
D. Miguel comete, a partir de então, dois erros básicos. Primeiro, em vez de assumir um conceito suprapartidário de autoridade régia, deixa ser transformado em mero chefe de uma facção. Em segundo lugar, despreza os conselhos das potências que o haviam apoiado, principalmente quando não cede às pressões britânicas, nomeadamente aos conselhos de Lamb., 137, 967
O terrorismo de Estado.
Logo em 14 de Julho de 1828 era criado um tribunal de excepção para julgamento dos revoltosos do Porto, a alçada. Em 6 de Agosto, novo tribunal de excepção para a revolta da Madeira. A decisão da alçada do Porto foi tomada em 9 de Abril e publicitada em 4 de Maio. As horrendas execuções de doze condenados ocorreram no dia 7 de Maio, com requintes de malvadez, com os frades loios e oratorianos, mais os seus convidados a regalaram-se com doces e vinhos finos. O miguelismos afogava-se em sangue e os governos europeus vão protestando, desde a Inglaterra à Áustria, passando pela França de Carlos X, então governada pelo conservador Polignac. Em 14 de Julho as tropas miguelistas do General Póvoas entram no Porto e a partir de então estende-se a todo o continente o governo miguelista. Na Terceira continuam a governar os liberais, dirigidos pelo Conde de Vila Flor. Da mesma forma na Madeira, com o General José Lúcio Travassos Valdez. Em 4 e 18 de Agosto são instituídos os chamados decretos do Terror (Conselho Militar, confisco de bens dos emigrados, devassas, crimes de lesa-majestade). Segundo Oliveira Martins o panorama da repressão miguelista entre 1828 era o seguinte: -nas prisões do Reino 26 270; -deportados para África 1 600; -execuções 37; -julgamentos por contumácia 5000; -emigrados 13 700. No Manifesto de Guerreiro e Palmela de 1829 fala-se em 50 000 pessoas pronunciadas culpadas. Cerca de 15% da população do reino, segundo Vítor Sá. Para Henriques Seco foram mortas, entre 1828 e 1834, 139 pessoas (11 estudantes, 71 militares, 1 padre, 12 responsáveis pela revolta do norte de Maio-Junho de 1828 e 19 acusados de revolta ou incitamento à revolta.
O rei
Aclamado rei pelo Senado de Lisboa em 25 de Abri e jurado como tal pelos Três Estados, reunidos desde 23 de Junho, em 11 de Julho de 1828. O seu governo, marcado por aquilo que Oliveira Martins qualifica como uma ditadura plebeia, acaba por embrenhar-se numa sangrenta guerra civil que apenas termina pela Convenção de Évora Monte em 27 de Maio de 1834.
O exílio
Parte para o exílio em Sines a 30 de Maio. Emite comunicado em Génova em 20 de Junho. Casa em 1851 com Adelaide Sofia de Loewenstein-Wertheim- Rosenberg. Do consórcio nascem D. Maria das Neves (1852-1941); D. Miguel II (1853-1927); D. Maria Teresa (1855-1944) e outros. Falece em 14 de Novembro de 1866.
A lenda
A figura de D. Miguel (1802-1866) continua a ser objecto de perspectivas contraditórias. Coelho da Rocha diz dele que todos os seus actos trazem o cunho da imprevidência e da ferocidade. Almeida Garrett qualifica-o como um abjecto tirano, um rebelde traidor manifesto. Era a análise daquele D. Miguel que na frustrada revolta da abrilada de 30 de Abril de 1824, proclamara pretender esmagar duma vez a pestilenta cáfila de pedreiros livres... ou acabar na gloriosa luta em que estamos empenhados, ou cortar pela raiz o mal que nos afronta, acabando de uma vez com a infernal raça maçónica, antes que ela acabe connosco. Mas Oliveira Martins, já com uma certa distância de historiador, e que lhe valeu uma violenta diatribe de António Sérgio, diz que ele foi o último rei que o povo amou e compreendeu, que saiu pobríssimo do seu país e pelos seus oficiais carecidos distribuiu o dinheiro que possuía em Évora Monte, enquanto Carlos Passos considera que mais valia a figura do príncipe que o sistema absolutista. Por seu lado, Cabral de Moncada considera que se por legitimidade entendermos a questão dos direitos de D. Miguel ao trono português em face das leis de sucessão do reino (leis ditas de Lamego e as Cortes de 1641), num ponto de vista estritamente legal, é indiscutível que uma tal legitimidade só pertencia ao filho mais novo de D. João VI (op. cit. p. 129). Mas a isto responde Garrett, dizendo que a legitimidade fez-se para os povos e não para os reis, considerando, por seu lado, Coelho da Rocha, e que D. Miguel procedeu a uma escandalosa transgressão do juramento, dos esponsais e dos votos feitos... em Viena à face de Deus e de toda a Europa.
A honra sem inteligência
Talvez mais esclarecedoras sejam as próprias palavras de D. Miguel no exílio: fomos ambos infelizes, eu e meu irmão. Por ele esteve a inteligência sem honra, por mim, a honra sem inteligência. Porque, como dizia Garrett, na maturidade das páginas inolvidáveis das Viagens na Minha Terra, toda a guerra civil é triste. E é difícil dizer para quem é mais triste, se para o vencedor, se para o vencido. MIGUEL, D. –Honra sem inteligência, 131, 810.
Retirado de Respublica, JAM
Foto picada da DGLB (ver artigo)
1. Segundo Michel Foucault, há uma rede de micropoderes, de poderes centrífugos, locais, familiares e regionais, com uma variedade de conflitos, dotados de articulações horizontais, mas onde também surge uma articulação vertical, uma integração institucional dos poderes múltiplos tendente para um centro político, para um poder centrípeto.
2. A sua teoria dos micropoderes, esboçada em L'Archéologie du Savoir, 1969, alcançou estruturação na obra Surveiller et Punir, de 1975. Entre esses vários micropoderes, importa salientar os chamados poderes difusos que actuam pela persuasão e pela sedução. É o caso do poder dos meios de comunicação social, dos mass media, dos suportes da difusão da comunicação, como é a imprensa, o rádio e a televisão, a quem já chamam o quarto poder. A actividade de todos estes grupos não se processa no vazio, mas antes dentro de um quadro estrutural e de acordo com certas regras do jogo. Há, com efeito, uma estrutura de rede (network structure), uma relação de relações, uma rede de micropoderes, um macrocosmos de macrocosmos sociais. Há um poder político, um campo concentrado, uma governação que trata de coordenar o processo de ajustamento entre os grupos, procurando um ponto de equilíbrio entre as tensões.
3. Neste sentido, o Estado é perspectivado, não como uma coisa, mas como um processo relacional, entre a sociedade civil, ou comunidade, e o aparelho de poder, como o mero quadro estrutural de um jogo entre forças centrífugas e centrípetas, que constituiriam uma rede de micropoderes, locais, regionais, familiares, económicos e culturais, toda uma miríade de poderes periféricos, não necessariamente hierarquizáveis como corpos intermediários, que se justaporiam, de forma complexa, pelo que a soberania, na prática, seria divisível e, sobre o mesmo espaço e as mesmas pessoas, não teria que haver o centralismo e o concentracionarismo de uma única governação. O político é uma invenção marcada por uma estratégia que globaliza várias micro-estratégias, onde há uma especial forma de poder, o poder político, a síntese emergente, integrante de vários micropoderes, onde uma multiplicidade de actores actua numa determinada unidade, em quadros estruturais, em circuitos institucionalizados.
Retirado de Respublica, JAM
Publicado por Zé Rodrigo às 12:35:00 da tarde
Categorias temáticas: Para uma História das Ideias Políticas (de A a Z)
A sociologia trata dos fenómenos políticos como fenómenos sociais, preocupando-se fundamentalmente com os *micropoderes, enquanto a ciência política procura sobretudo perspectivar a rede que se estabelece entre os vários poderes. Onde a sociologia trata da microfísica dos poderes, a ciência política procura enfrentar directamente uma espécie qualitativa de poder chamada poder político, o poder político institucionalizado. Onde a sociologia trata dos grupos e das relações entre grupos, no âmbito do sistema social, a ciência política trata da comunidade no seu todo, da rede de relações onde se inserem os grupos, procurando mais o centro do que as periferias.
Retirado de Respublica, JAM
Obras do autor:
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