segunda-feira, 23 de outubro de 2006

Revolução Russa de 1917

A Revolução Russa de 1917 foi uma série de eventos políticos na Rússia, que, após a eliminação da autocracia russa, e depois do Governo Provisório (Duma), resultou no estabelecimento do poder soviético sob o controle do partido bolchevique. O resultado desse processo foi a criação da União Soviética, que durou até sua dissolução em 1991.

A Revolução compreendeu duas fases distintas:
Antecedentes
Até 1917, o Império Russo foi uma monarquia absolutista. A monarquia era sustentada principalmente pela nobreza rural, dona da maioria das terras cultiváveis. Das famílias dessa nobreza saíam os oficiais do exército e os principais dirigentes da Igreja Ortodoxa Russa.
Pouco antes da Primeira Guerra Mundial, a Rússia tinha a maior população da Europa, com cerca de 175 milhões de habitantes. Defrontava também com o maior problema social do continente: a extrema pobreza da população em geral. Enquanto isso, as ideologias liberais e socialistas penetravam no país, desenvolvendo uma consciência de revolta contra os nobres. Entre 1860 e 1914, o número anual de estudantes universitários cresceu de 5000 para 69000, e o número de jornais diários cresceu de 13 para 856.
A população do Império Russo era formada por povos de diversas
etnias, línguas e tradições culturais. Cerca de 80% desta população era rural, sendo duramente explorada pelos senhores feudais. Com a industrialização foi-se estabelecendo progressivamente uma classe operária, igualmente explorada, mas com maior capacidade reivindicativa e aspirações de ascensão social. A situação de extrema pobreza e exploração em que vivia a população tornou-se assim um campo fértil para o florescimento de idéias socialistas.
A decadência da monarquia czarista
Para compreender as causas da Revolução Russa, é fundamental conhecer o desenvolvimento básico das estruturas socioeconômicas na Rússia, durante o governo dos três últimos czares.
Alexandre II (1858 - 1881)
Alexandre II tinha consciência da necessidade de se promover reformas modernizadoras no país, para aliviar as tensões sociais internas e transformar a Rússia num Estado mais respeitado internacionalmente. Com sua política reformista, Alexandre II promoveu, por exemplo:
Mesmo sem provocar alterações significativas na estrutura social existente na Rússia, a política reformista do czar encontrou forte oposição das classes conservadoras da aristocracia, extremamente sensíveis a quaisquer perdas de privilégios sociais em favor de concessões ao povo.
Apesar das medidas reformistas, o clima de tensão social continuava aumentando entre os setores populares. A terra distribuída aos camponeses era insuficiente, estando fortemente concentrada nas mãos de uma aristocracia
latifundiária. A esta faltavam no entanto recursos técnicos e financeiros para uma modernização da agricultura. Esses problemas se traduziam na baixa produtividade agrícola, que provocava freqüentes crises de abastecimentos alimentares, afetando tanto os camponeses como a população urbana.
Em
1881, o czar Alexandre II foi assassinado por um dos grupos de oposição política (os Pervomartovtsi) que lutavam pelo fim da monarquia vigente, responsabilizada pela situação de injustiça social existente.
Alexandre III (1881 - 1894)
Após o assassínio de Alexandre II, as forças conservadoras russas uniram-se em torno do novo czar, Alexandre III, que retomou o antigo vigor do regime monárquico absolutista.
Alexandre III concedeu grandes poderes à
polícia política do governo (Ochrana), que exercia severo controle sobre os sectores educacionais, a imprensa e os tribunais. Impedidos de protestar contra a exploração de que eram vítimas, camponeses e trabalhadores urbanos continuaram sob a opressão da aristocracia agrária e dos empresários industriais. Estes, associando-se a capitais franceses, impulsionavam o processo de industrialização do país. Apesar da repressão política comandada pela Ochrana, as idéias socialistas eram introduzidas no país por intelectuais preocupados em organizar a classe trabalhadora.
Alexandre III faleceu em 1894.
Nicolau II (1894 - 1917)
Nicolau II, o sucessor de Alexandre III, procurou facilitar a entrada de capitais franceses para promover a industrialização do país. O desenvolvimento capitalista russo foi ativado por medidas como o início da exportação do petróleo, a implantação de estradas de ferro e da indústria siderúrgica.
O impulso dado ao processo de industrialização teve como conseqüência a ampliação da classe operária em
cidades como Moscou e Petrogrado. Toda essa crescente classe operária enfrentava um terrível regime de exploração, sendo submetida a salários miseráveis e a jornadas de trabalho extenuantes. Nessa dramática situação de exploração do operariado, as idéias socialistas encontraram um campo fértil para o seu florescimento.
O Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR)
Com o desenvolvimento da industrialização e o maior relacionamento com a Europa Ocidental, a Rússia recebeu do exterior novas correntes políticas que chocavam com o antiquado absolutismo do governo russo. Entre elas destacou-se a corrente inspirada no marxismo, que deu origem ao Partido Operário Social-Democrata Russo.
Este
partido foi violentamente combatido pela Ochrana. Embora tenha sido desarticulado dentro da Rússia em 1898, voltou a organizar-se no exterior, tendo como líderes principais Gueorgui Plekhanov, Vladimir Ilyich Ulyanov (conhecido como Lênin) e Lev Bronstein (conhecido como Trotski).
A divisão do Partido: mencheviques e bolcheviques
Em 1903, os membros do POSDR dividiram-se em dois grupos básicos:
  • os mencheviques: liderados por Plekhanov e por Martov, defendiam que os trabalhadores podiam conquistar o poder participando normalmente das atividades políticas. Acreditavam, ainda, que era preciso esperar o pleno desenvolvimento capitalista da Rússia e o desabrochar das suas contradições, para se dar início efetivo à ação revolucionária. Como esses membros tiveram menos votos em relação ao outro grupo, ficaram conhecidos como mencheviques, que significa minoria.
  • os bolcheviques: liderados por Lênin, defendiam que os trabalhadores somente chegariam ao poder pela luta revolucionária. Pregavam a formação de uma ditadura do proletariado, na qual também estivesse representada a classe camponesa. Como esse grupo obteve mais adeptos, ficou conhecido como bolchevique, que significa maioria. Trotsky, que inicialmente não se filiou a nenhuma das facções, aderiu aos bolcheviques mais tarde.

A Revolta de 1905: o ensaio para a revolução

Em 1904, a Rússia, que desejava expandir-se para o oriente, entrou em guerra contra o Japão mas foi derrotada. A situação socioeconômica do país agravou-se e o regime político do czar Nicolau II foi abalado por uma série de revoltas, em 1905, envolvendo operários, camponeses, marinheiros (como a revolta no navio couraçado Potemkin^ ) e soldados do exército. Greves e protestos contra o regime absolutista do czar explodiram em diversas regiões da Rússia. Em São Petersburgo, foi criado um soviete para auxiliar na coordenação das várias greves e servir de palco de debate político.
Diante do crescente clima de revolta, o czar Nicolau II prometeu realizar, pelo
Manifesto de Outubro, grandes reformas no país: estabeleceria um governo constitucional, dando fim ao absolutismo, e convocaria eleições gerais para o parlamento (a Duma), que elaboraria uma constituição para a Rússia. Os partidos de orientação liberal burguesa (como o Partido Constitucional Democrata ou Partido dos Cadetes) deram-se por satisfeitos com as promessas do czar, deixando os operários isolados.
Terminada a guerra contra o
Japão, o governo russo mobilizou as suas tropas especiais (cossacos) para reprimir os principais focos de revolta dos trabalhadores. Diversos líderes revolucionários foram presos, desmantelando-se o Soviete de São Petersburgo. Assumindo o comando da situação, Nicolau II deixou de lado as promessas liberais que tinha feito no Manifesto de Outubro. Apenas a Duma continuou funcionando, mas com poderes limitados e sob intimidação policial das forças do governo.
A
Revolta de 1905 tinha sido ganha por Nicolau II, mas serviu de lição para que os líderes revolucionários avaliassem seus erros e suas fraquezas e aprendessem a superá-los. Foi, segundo Lenin, um ensaio geral para a Revolução Russa de 1917.

Revolução de 1917

A queda do czar e o processo revolucionário

Mesmo abatida pelos reflexos da derrota militar frente ao Japão, a Rússia envolveu-se noutro grande conflito, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em que também sofreu pesadas derrotas nos combates contra os Alemães. A longa duração da guerra provocou crise de abastecimento alimentar nas cidades, desencadeando uma série de greves e revoltas populares. Incapaz de conter a onda de insatisfações, o regime czarista mostrava-se intensamente debilitado.
Numa das greves em Petrogrado (actualmente
São Petersburgo, então capital do país), Nicolau II toma a última das suas muitas decisões desastrosas: ordena aos militares que disparem sobre a multidão e contenham a revolta. Partes do exército, sobretudo os soldados, apóiam a revolta. A violência e a confusão nas ruas tornam-se incontroláveis. Segundo o jornalista francês Claude Anet, morreram em São Petersburgo cerca de 1500 pessoas e cerca de 6000 ficaram feridas.
Em
15 de março de 1917, o conjunto de forças políticas de oposição (liberais burguesas e socialistas) conseguiu depor o czar Nicolau II, dando início à Revolução Russa. A partir daqui identificam-se normalmente três grandes fases: a revolução de Fevereiro, a revolução de Outubro e a guerra civil.

Revolução de Fevereiro ou Revolução Branca

A primeira fase, conhecida como Revolução de Fevereiro, ocorreu de março a novembro de 1917.
Em
23 de Fevereiro (C.J.) (8 de Março, C.G.), uma série de reuniões e passeatas aconteceram em Petrogrado por ocasião do Dia Internacional das Mulheres. Nos dias que se seguiram, a agitação continuou a aumentar, recebendo a adesão das tropas encarregadas de manter a ordem pública, que se recusavam a atacar os manifestantes.
No dia
27 de Fevereiro (C.J.), um mar de soldados e trabalhadores com trapos vermelhos em suas roupas invadiu o Palácio Tauride, onde a Duma se reunia. Durante a tarde, formaram-se dois comités provisórios em salões diferentes do palácio. Um, formado por deputados moderados da Duma, se tornaria o Governo Provisório. O outro era o Soviete de Petrogrado, formado por trabalhadores, soldados e militantes socialistas de várias correntes.
Temendo uma repetição do
Domingo Sangrento, o Grão-duque Mikhail ordenou que as tropas leais baseadas no Palácio de Inverno não se opusessem à insurreição e se retirassem. Em 2 de Março, cercado por amotinados, Nicolau assinou sua abdicação.
Após a derrubada do czar, instalou-se o Governo Provisório, comandado pelo príncipe
Georgy Lvov, um latifundiário, e tendo Aleksandr Kerenski como ministro da guerra. Era um governo de caráter liberal burguês, intensamente interessado em manter a participação russa na Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, o Soviete de Petrogrado reivindicava para si a legitimidade para governar. Já em 1 de Março, o Soviete ordenava ao exército que lhe obedecesse, em vez de obedecer ao Governo Provisório. O Soviete queria dar terra aos camponeses, um exército com disciplina voluntária e oficiais eleitos democraticamente, e o fim da guerra, objectivos muito mais populares do que os almejados pelo Governo Provisório.
Com ajuda alemã, Lenin regressa à Rússia em Abril (
C.J.), pregando a formação de uma república dos sovietes, bem como a nacionalização dos bancos e da propriedade privada. O seu principal lema era: Todo o poder aos sovietes.
Entretanto, o processo de desintegração do Estado russo continuava. A comida era escassa, a inflação bateu a casa dos 1.000 %, as tropas desertavam da fronte matando seus oficiais, propriedades da nobreza latifundiária eram saqueadas e queimadas. Em Julho, Kerenski tornou-se chefe do governo (
primeiro-ministro), mantendo a participação da Rússia na guerra.

Revolução de Outubro ou Revolução Vermelha

A segunda fase, conhecida como revolução de Outubro, teve início em novembro de 1917.

Na madrugada do dia 25 de outubro (7 de novembro pelo Calendário gregoriano), os bolcheviques, liderados por Lênin, Zinoviev e Radek, cercaram a capital, onde estavam sediados o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado. Muitos foram presos, mas Kerenski conseguiu fugir. À tarde, numa sessão extraordinária, o Soviete de Petrogrado delegou o poder governamental ao Conselho dos Comissários do Povo, dominado pelos bolcheviques. O Comitê Executivo do mesmo Soviete de Petrogrado rejeitou a decisão dessa assembléia e convocou os sovietes e o exército a defender a Revolução contra o golpe bolchevique. Entretanto, os bolcheviques predominaram na maior parte das províncias de etnia russa. O mesmo não se deu em outras regiões, tais como a Finlândia, a Polônia e a Ucrânia.
Era consenso entre todos os partidos políticos russos de que seria necessária a criação de uma
assembléia constituinte, e que apenas esta teria autoridade para decidir sobre a forma de governo que surgiria após o fim do absolutismo. As eleições para essa assembléia ocorreram em 12 de Novembro de 1917, como planejado pelo Governo Provisório, e à excessão do Partido Constitucional Democrata, que foi perseguido pelos bolcheviques, todos os outros puderam participar livremente. Os Socialistas Revolucionários receberam duas vezes mais votos do que os bolcheviques, e os partidos restantes receberam muito poucos votos. Em 26 de Dezembro, Lênin publicou suas Teses sobre a assembléia constituinte, onde ele defendia os sovietes como uma forma de democracia superior à assembléia constituinte. Até mesmo os membros do partido bolchevique compreenderam que preparava-se o fechamento da assembléia constituinte, e a maioria deles foram contra isto, mas o Comitê Central do partido ordenou-lhes que acatassem a decisão de Lênin.
Na manhã de
5 de Janeiro de 1918, uma imensa manifestação pacífica a favor da assembléia constituinte foi dissolvida à bala por tropas leais ao governo bolchevique. A assembléia constituinte, que se reuniu pela primeira vez naquela tarde, foi dissolvida na madrugada do dia seguinte. Pouco a pouco, se tornou claro que os bolcheviques pretendiam criar uma ditadura para si, inclusive contra os partidos socialistas revolucionários. Isto levou os outros partidos a atuarem na ilegalidade, sendo que alguns deles passariam à resistência armada ao governo.

Durante este período, o governo bolchevique tomou uma série de medidas de impacto, como:

Guerra civil

Durante o curto período em que os territórios cedidos no Tratado de Brest-Litovski estiveram em poder do exército alemão, as várias forças anti-bolcheviques puderam organizar-se e armar-se. Estas forças dividiam-se em três grupos que também lutavam entre si:

1) czaristas ,

2) liberais, eseritas e metade dos socialistas e

3) anarquistas.

Com a derrota da Alemanha em 1919, esses territórios tornaram-se novamente alvo de disputa, bem como bases das quais partiriam forças que pretendiam derrubar o governo bolchevique.
Ao mesmo tempo, Trotsky se ocupou em organizar o novo
Exército Vermelho. Com a ajuda deste, os bolcheviques mostraram-se preparados para resistir aos ataques do também recém formado Exército polonês, dos Exércitos Brancos de Denikin, Kolchak, Yudenich e Wrangel(que se dividiam entre as duas primeiras facções citadas no paragrafo anterior), e também para suprimir o Exército Insurgente anarquista de Makhno e o soviete revoltoso de Kronstadt. No início de 1921, encerrava-se a guerra civil, com a vitória do Exército Vermelho. O Partido Bolchevique, que desde 1918 havia alterado sua denominação para Partido Comunista, consolidava a sua posição no governo.

Criação da União Soviética

Terminada a guerra civil, a Rússia estava completamente arrasada, com graves problemas para recuperar sua produção agrícola e industrial. Visando promover a reconstrução do país, Lenin criou, em fevereiro de 1921, a Comissão Estatal de Planificação Econômica ou GOSPLAN, encarregada da coordenação geral da economia do país. Pouco tempo depois, em março de 1921, adoptou-se um conjunto de medidas conhecidas como Nova Política Económica ou NEP, que promoveu um certo retorno a formas económicas capitalistas, designadamente da agricultura. "Um passo para trás, para poder dar dois para frente" (Lênin)
Entre as medidas tomadas pela NEP destacam-se: liberdade de comércio interno, liberdade de salário aos trabalhadores, autorização para o funcionamento de empresas particulares e permissão de entrada de capital estrangeiro para a reconstrução do país. O Estado russo continuou, no entanto, exercendo controle sobre sectores considerados vitais para a economia: o
comércio exterior, o sistema bancário e as grandes indústrias de base.

A ditadura comunista e a fundação da URSS

Desde 1918, após uma uma tentativa de assassinato de Lenin no mês de agosto com a participação de membros do partido Socialista Revolucionario, os comunistas tinham proibido os outros partidos politicos. Em abril de 1922, Stalin foi nomeado secretário-geral do Partido, encarregando-se de combater as oposições faccionárias no interior do Partido e de garantir os postos importantes da administração estatal para pessoas da inteira confiança do regime- o que foi por ele utilizado para impor à administração interna a hegemonia do seu grupo pessoal.
Em
dezembro de 1922, foi organizado um congresso geral de todos os sovietes, ocorrendo a fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O governo da União, cujo órgão máximo era o Soviete Supremo (Legislativo), passou a ser integrado por representantes das diversas repúblicas.
Competia ao Soviete Supremo eleger um comitê executivo (
Presidium), dirigido por um presidente a quem se reservava a função de chefe de estado. Competiam ao governo da União as grandes tarefas relativas ao comércio exterior, política internacional, planificação da economia, defesa nacional, entre outros.
Paralelamente a essa estrutura formal, estava o Partido Comunista, que controlava, efectivamente, o poder da URSS. Sua função era escolher as novas
elites que seriam os quadros da nação, controlar os órgãos estatais, estimulando sua atividade e verificando sua lealdade e manter os dirigentes em contacto permanente com as massas. Também assegurava à população a difusão das diretrizes vindas da alta cúpula.

A ascensão de Stalin

Lénin, o fundador do primeiro Estado socialista, morreu em janeiro de 1924. Teve início, então, uma grande luta interna pela disputa do poder soviético, Num primeiro momento, entre os principais envolvidos nesta disputa pelo poder figuravam Trotski e Stalin.
Trotski defendia a
tese da revolução permanente, segundo a qual o socialismo somente seria possível se fosse construído à escala internacional. Ou seja, a revolução socialista deveria ser levada à Europa e ao mundo.
Opondo-se a tese
trotskista, Stalin defendia a construção do socialismo num só país. Pregava que os esforços por uma revolução permanente comprometeriam a consolidação interna do socialismo na União Soviética.
A tese de Stalin tornou-se vitoriosa. Foi aceita e aclamada no
XIV Congresso do Partido Comunista.
Trotski foi destituído das suas funções como
comissário de guerra, expulso do Partido e, em 1929, deportado da União Soviética. Tempos depois, em 1940, foi assassinado no México, a mando de Stalin, por um agente de segurança soviético, que desferiu no antigo líder do Exército Vermelho golpes de picareta na cabeça.

A burocracia e o terror

A partir de dezembro de 1929, Stalin converteu-se no ditador absoluto da União Soviética. O método que utilizou para a total conquista do poder político teve como base a sua habilidade no controle da máquina burocrática do Partido e do Estado, bem como a montagem de um implacável sistema de repressão política de todos os opositores. Desse modo, Stalin conseguiu eliminar do Partido, do Exército e dos principais órgãos do Estado todos os antigos dirigentes revolucionários, muitos dos quais tinham sido grandes companheiros de Lénin, como Zinoviev, Bukharin, Kamenev, Rikov, Muralov entre outros.
Depois de
presos e torturados, os opositores de Stalin eram forçados a confessar crimes de espionagem que não haviam praticado. E, assim, conhecidos patriotas eram executados como traidores da pátria. Era a farsa jurídica que caracterizou as chamadas depurações estalinistas.
Durante o período
stalinista (1924 - 1953) calcula-se que o terror político soviético foi responsável pela prisão de mais de cinco milhões de cidadãos e pela morte de mais de 500 mil pessoas.

Retirado da Wikipédia