segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Khaldûn, Ibn (1332-1406)

Político, historiador e juiz árabe. Nasce em Túnis. Estuda na cidade natal e em Fez, de 1347 a 1357. Escreve uma história universal entre 1374 e 1378. Vive como conselheiro e a partir de 1384 instala-se no Cairo, como juiz e professor.

Contra o averroísmo racionalista

Reage contra o anterior racionalismo averroísta que dominava a teoria islâmica e assume o realismo, descrevendo minuciosamente os factos para, a partir daí, descobrir as relações que os regem.

A ideia de história

A história é entendida como a informação sobre a sociedade humana. Não está dependente de uma prévia revelação.

Precursor de Hobbes

Precedendo Hobbes, considera que a origem do Estado deriva, não de ameaças exteriores, mas sim de um estado de guerra intestina, dado que o homem é um ser naturalmente belicoso. Porque a agressividade e a injustiça são da própria natureza do homem, a organização social impõe que os homens tenham uma espécie de freio que os controle e separe. Asim, considera que o homem é o único animal que não pode viver sem uma autoridade que o contenha pela força.

Sociedade e Estado

Faz uma distinção entre a sociedade (umirán) e o Estado, salientando a existência da solidariedade ou espírito de grupo (açabiyyah).

Origem da comunidade política

Considera que primeiro surgiu a autoridade tribal, a qual, impulsionada pela procura da glória, transformou-se, nalguns casos, em realeza. Surge então a comunidade política que, começando no parentesco, se transforma num coactivo absolutista que, levando ao aumento da riqueza e da prosperidade, também conduziu à tirania e à subsequente fragmentação. Neste sentido, considera que cada Estado tem um ciclo de 120 anos, com três gerações e cinco fases.

Retirado de Respublica, JAM

Foto picada da Islam