sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
Pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira. Poeta português. Licenciado em letras por Coimbra, professor durante cerca de trinta anos o liceu de Portalegre. Funda a revista Presença. Autor da peça de teatro A Salvação do Mundo, de 1953. Assumindo a defesa da democracia, chega a publicar artigos sobre a matéria na campanha eleitoral de 1969, considerando-a como um ideal de aperfeiçoamento que tem realizações tão imperfeitas como o cristianismo, que também desde há dois mil assume como ideal nunca integralmente praticado o ama o teu próximo como a ti mesmo e o não faças ao outro aquilo que não queres que te façam a ti.
Regulation
Para Talcott Parsons, em qualquer sistema social há uma regulation que consiste em assegurar uma compatibilidade mínima entre os interesses próprios de cada actor individual e os modelo de integração normativa próprio de tal sistema. Na formulação de David Easton, é o conjunto dos mecanismos e das estruturas que permitem a um determinado sistema político conter ou dominar os stress potenciais. A conversão dos desejos em exigências políticas é regulada através de mecanismos estruturais (papéis) ou culturais (as normas). O fluxo das exigências admitidas no sistema é regulado pela capacidade dos canais de comunicação e dos mecanismos de redução. O apoio prestado ao sistema é regulado pelas modificações da estrutura e das normas do regime, através do estímulo de um apoio difuso às autoridades, ao regime e à comunidade e através da procura de apoios específicos em resposta à acção das autoridades.
Retirado de Respublica, JAM
Regra e direito
Se a justiça é aquilo que permite a procura de um suum cuique tribuere, entendido mais como uma relação entre coisas do que como relação de poder, podemos subscrever o que diz Michel Villey: se todas as regras trazem a marca da imperfeição humana, se são necessariamente falíveis, tem de entender-se o direito conforme Paulo define a regra: a regra é o que descreve de forma breve aquilo que existe. Não é a partir da regra que se escolhe a solução jurídica, mas a partir das soluções jurídicas já verificadas que se formula a regra (Non ex regula jus sumatur, sed ex jure quod est regula fiat).
Acresce que as proibições (a determinação das zonas do non facere) talvez sejam menos necessárias que os comandos (o estabelecimento de um rigoroso quadro de vários facerei). Neste sentido, a força até pode ser utilizada para impedir que os prevaricadores façam determinadas coisas.
Retirado de Respublica, JAM
Reason and Revolution, 1963
Obra de Herbert Marcuse onde se considera que no Estado Totalitário, a sociedade civil burguesa governou e imperou sobre o Estado, contrariando-se, deste modo a perspectiva de Hegel que dava primado ao Estado ou sociedade política sobre a sociedade civil. Marcuse, nesta senda, considera que o Estado tem de ser razoável, correspondendo às potencialidades do homem e permitindo o seu pleno desenvolvimento. Neste sentido, considera que todas as formas de Estado que não obedeçam a esta racionalidade não são, portanto, reais.
Retirado de Respublica, JAM
Realpolitik
Começou a utilizar-se a expressão para a qualificação da política de Bismarck, sendo até sinónima, na altura, de Interessenpolitik. Uma visão cínica que não admite o altruísmo nem a justiça, proclamando que não há moral em matérias de relações internacionais, dado que cada Estado apenas prossegue os seus interesses. Contudo, o termo foi inventado por Ludwig von Rochau em 1853, visando qualificar criticamente a atitude dos liberais alemães nos anos revolucionários de 1848-1849. Na acepção bismarckiana, o realismo político pretende assumir-se contra o sentimentalismo e o que então se menosprezava como romantismo. O próprio Bismarck, em discurso proferido em Dezembro de 1850 proclama que a única base sã de um grande Estado é o egoísmo, não o romantismo. Neste sentido, considera que os grandes Estados não podem obedecer ao princípio do pacta sunt servanda, base do direito internacional público. Despreza também os sentimentos nacionais, considerando que os Estados são superiores às nações.
Realismo na guerra fria
O realismo político voltou a ser utilizado por vários teóricos norte-americanos das relações internacionais, nos tempos da guerra fria, que reagiram contra o chamado idealismo de Wilson e Roosevelt. Destacam-se R. Niebuhr, H. J. Morgenthau, G. F. Kennan e R. E. Osgood. Consideram que os Estados não obedecem aos preceitos da moral cristã, baseando-se antes no power, que têm como fim principal o national interest, dado terem de lutar pela sobrevivência, distanciando-se deste modo do idealismo abstracto.
O realismo político voltou a ser utilizado por vários teóricos norte-americanos das relações internacionais, nos tempos da guerra fria, que reagiram contra o chamado idealismo de Wilson e Roosevelt. Destacam-se R. Niebuhr, H. J. Morgenthau, G. F. Kennan e R. E. Osgood. Consideram que os Estados não obedecem aos preceitos da moral cristã, baseando-se antes no power, que têm como fim principal o national interest, dado terem de lutar pela sobrevivência, distanciando-se deste modo do idealismo abstracto.
Reardon, Kathleen, Persuasion in Practice, 2ª ed., Newbury Park, Sage Publications, 1991.
Retirado de Respublica, JAM
Publicado por Zé Rodrigo às 7:33:00 da tarde
Categorias temáticas: Para uma História das Ideias Políticas (de A a Z)
Realismo político
A caracterítica típica do maquiavelismo, seguido por aqueles que, dos factos, procuram extrair valores e que, dizendo‑se seguidores de uma política desligada da ética, acabam por criar uma ética com fundamentos não éticos, formulando leis a partir dos factos, apesar de, paradoxalmente, considerarem que, de princípios transcendentes, não podem extrair-se factos. A partir de então, o fim da construção dessa nova realidade, já consagrada como Estado, passa, na verdade, a justificar todos os meios e a preponderar sobre eventuais moralismos.
Retirado de Respublica, JAM
Rede
Sociologicamente é a configuração dos laços sociais informais nos quais se encontra inserido um indivíduo. No plano internacional, serve para designar as interacções existentes entre os vários actores individuais e colectivos e que transcendem as fomais fronteiras dos Estados.
Retirado de Respublica, JAM
Real
A zona do ser que não se inclui na zona do ideal. Segundo a classificação ontológica adopta por Cabral de Moncada, abrange as camadas do sensível (objectos físico-naturais, orgânico-biológicos, psicológicos ou sociológicos), do não-sensível (objectos culturais como a moral, a religião e o Estado) e do supra-sensível (os objectos metafísicos ou religiosos, como Deus e os anjos, para aqueles que em tal acreditam). Nicolai Hartmann divide os seres reais em seres temporais (os que vivem no tempo, com começo e fim) e espaciais (os que se localizam, ocupando um certo espaço), como os objectos físicos; seres temporais mas inespaciais (fenómenos psicológicos); seres naturais (cegos para os valores) e seres culturais (os que se referem a valores e assim possuem um sentido, uma significação, uma referência, como é o caso de uma obra de arte ou do direito).
Real ( todo o) é cientifico, só o cientifico é real COMTE
Real como racional HEGEL
Real ( todo o) é cientifico, só o cientifico é real COMTE
Real como racional HEGEL
Retirado de Respublica, JAM
Realismo
Realista é o que prefere tratar as coisas como elas realmente são, que trata de factos e não de ideiais, do que efectivamente acontece e não do dever-ser. Uma doutrina que pretende opor-se ao idelaismo e ao chamado normativismo. Trata-se de uma das características marcantes da primeira politologia norte-americana. Um choque realista que também abriu as portas a um entendimento pluralista da sociedade, olhando os grupos como as forças vivas insusceptíveis de um rígido enquadramento hierarquista, como foi timbre no corporativismo que sempre os entendeu como simples corpos intermediários integrados numa pirâmide de poder.
Retirado de Respublica, JAM
Recrutamento político
Uma das funções dos partidos políticos, executada através da selecção de candidatos e da respectiva propositura às eleições. Aqui, os partidos políticos, segundo Duverger tendem à criação de novas élites. Qualquer governo é, por natureza, uma oligarquia... é preciso substituir a fórmula “ governo do povo pelo povo” por esta “ governo do povo por uma élite saída do povo”... Historicamente, os partidos nasceram quando as massas populares começaram realmente a entrar na vida política: formaram o quadro necessário que lhes permitiu recrutar nelas mesmas as suas próprias elites.
Segundo a síntese de Badie e Gerstlé, é o processo existente em qualquer sociedade, pelo qual o pessoal político que concorre directamente para a elaboração da política do governo, assim como os quadros das estruturas políticas auxiliares são escolhidos e preparados para o desempenho dos seus respectivos papéis.
Retirado de Respublica, JAM
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