sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Melo, Pedro Homem de (1904-1984)

Advogado e poeta. Folclorista. Assume-se como monárquico.

Retirado de Respublica, JAM

"Pedro da Cunha Pimentel Homem de Mello (Porto, 6 de Setembro de 1904 - Porto, 5 de Março de 1984). Poeta, professor e folclorista.

Nasceu no Porto, em 1904, no seio de uma família fidalga, filho de António Homem de Mello e de Maria do Pilar da Cunha Pimentel, tendo desde cedo sido imbuído de ideais monárquicos, católicos e conservadores. Foi sempre um sincero amigo do povo e a sua poesia é disso reflexo. O seu pai, pertenceu ao círculo íntimo do poeta António Nobre.

Estudou Direito em Coimbra, acabando por se licenciar em Lisboa, em 1926. Exerceu a advocacia, foi subdelegado do Procurador da República e, posteriormente, professor de português em escolas técnicas do Porto (Mouzinho da Silveira e Infante D. Henrique), tendo sido director da Mousinho da Silveira. Membro dos Júris dos prémios do secretariado da propaganda nacional. Foi um entusiástico estudioso e divulgador do folclore português, criador e patrocinador de diversos ranchos folclóricos minhotos, tendo sido, durante os anos 60 e 70, autor e apresentador de um popular programa na RTP sobre essa temática. Pedro Homem de Mello casou com D. Maria Helena Pamplona e teve dois filhos, Maria Benedicta, que faleceu ainda criança e Salvador Homem de Mello, que faleceu sem deixar desccendência poucos anos após o seu pai.

Foi um dos colaboradores do movimento da revista Presença. Apesar de gabada por numerosos críticos, a sua vastíssima obra poética, eivada de um lirismo puro e pagão (claramente influenciada por António Botto e Federico García Lorca), está injustamente votada ao esquecimento. Entre os seus poemas mais famosos destacam-se Povo que Lavas no Rio (imortalizado por Amália Rodrigues), Havemos de Ir a Viana e O Rapaz da Camisola Verde.

Afife (Viana do Castelo) foi a terra da sua adopção. Ali viveu durante anos num local paradisíaco, no Convento de Cabanas, junto ao rio com o mesmo nome, onde escreveu parte da sua obra, "cantando" os costumes e as tradições de Afife e da Serra de Arga.

  • Danças De Portugal
  • Jardins Suspensos (1937)
  • Segredo (1939)
  • A Poesia Na Dança E Nos Cantares Do Povo Português (1941)
  • Pecado (1943)
  • Príncipe Perfeito (1944)
  • Bodas Vermelhas (1947)
  • Miserere (1948)
  • Os Amigos Infelizes (1952)
  • Grande. Grande Era A Cidade (1955)
  • Poemas Escolhidos (1957)
  • Ecce Homo (1974)
  • Poesias Escolhidas (1987)
  • E ninguém me conhecia, Lisboa, Campo da Comunicação, 2004 (Selec. de Poemas por Manuel Alegre e Paulo Sucena)
  • Poesias Escolhidas, Lisboa, Asa, 2004 (selec. e pref. de Vasco da Graça Moura)
  • Eu, Poeta e tu, cidade, Quasi Edições, 2007."
Texto 2 retirado da Wikipédia