quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Luckács, Gyorgy (1885-1972)

Marxista húngaro. Nasce numa família de nobres judeus. Estuda em Budapeste, doutorando-se em 1916. Passa para a Alemanha, onde tem aulas particulares com Heinrich Rickert e Max Weber. Participa como comissário para a cultura no governo da República Popular da Hungria de Bela Kun. Refugia-se em Moscovo depois da subida de Hitler ao poder. Regressa à Hungria depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Participa no governo instalado depois da revolta de 1956. Com ele dá-se um reforço hegeliano do marxismo, principalmente pela teorização da consciência de classe, em Geschichte und Klassenbewusstein, obra publicada em Berlim, em 1923. Trata-se de uma entidade supra‑individual, infinita e absoluta, tal como o Weltgeist, ideia que tanto é criticada pela III Internacional, como pela social‑democracia. Considera que "o proletariado só cumpre a sua tarefa suprimindo‑se,levando até ao fim a sua luta de classe e instaurando uma sociedade sem classes". Salienta que a consciência de classe do proletário é que pode vencer aquilo que considera ser a "reificação" do homem, a transformação do homem num objecto,segundo um modelo maquinal. Porque no capitalismo, a racionalização fundada no cálculo incorpora o trabalhador como parcela mecanizada num sistema mecânico. Observa também que o sentido revolucionário é o sentido da totalidade,uma concepção total do mundo onde o conhecimento e a acção, bem como a teoria e prática são identificadas. Critica assim o materialismo mecanicista,que considera um simples positivismo, acentuando o papel da consciência humana que não reflecte passivamente uma prévia realidade empírica.

· Geschichte und Klassenbewusstsein, Berlim, Mulik Verlag, 1923) (cfr. trad. fr. Histoire et Conscience de Classe, Paris, Éditions de Minuit, 1960).

Retirado de Respublica, JAM

Foto picada da Britannica