terça-feira, 2 de outubro de 2007

Quesnay, François 1694-1774

Médico-cirurgião de Luís XV, rei de França, depois de o ser de Madame Pompadour. Amigo de Diderot, Helvétius, Turgot, Mirabeau e Adam Smith. Publica o seu Tableau aos 64 anos. Criador da chamada fisiocracia, cujos cultores também são chamados filósofos economistas. Inventor da expressão Ne pas trop gouverner, ne point réglementer. Influenciado pelo sensualismo inglês e Malebranche, aceita as ilusões de Hobbes quanto à universalidade das ciências da natureza. A fisiocracia, expressão consagrada por Dupont de Nemours, cujas doutrians são depois desenvolvidas por Gournay, intendente do comércio a partir de 1746, estabelece um programa de liberdade do comércio, atenuando os direitos alfandegários e aliviando os entraves resultantes das regulamentações corporativas, salientando que a agricultura é a base primitiva de todas as riquezas. Contudo, Quesnay assume a defesa do despotismo dito legal, considerando funesto o sistema de contraforças num governo. Tal como contraria a ideia de Montesquieu sobre a divisão dos poderes, também não se mostra adepto do garantismo de Locke e distancia-se das perspectivas mercantilistas de Colbert. Colabora na Enciclopédia, nomeadamente com os artigos Fermiers, de 1756, e Grains, de 1757. Na linha de Descartes e de Hobbes, introduz na análise económica a matemática e o mecanicismo.

Ordem natural e essencial

Salienta que há uma ordem natural e essencial que tem de ser baseada na propriedade. Assume, neste sentido, a defesa da chamada liberdade geral, principalmente da liberdade económica, mas sem defesa da liberdade política. De acordo com as respectivas teses, cada um tem um direito natural de fazer uso com reconhecimento de todas as faculdades que lhe foram outorgadas pela natureza, na condição de não causar prejuízos nem a si mesmo nem aos outros.

Retirado de Respublica, JAM