terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Camacho, Manuel Brito 1862-1934

Médico. Propagandista republicano. Funda o jornal A Lucta em 1 de Maio de 1906. Assume-se como um aristocrata da República e tenta dar ao respectivo jornal o estilo d’ O Repórter de Carlos Lobo d’Ávila e Oliveira Martins. Integrado numa teia de relações familiares com outros hierarcas republicanos. É irmão de Inocêncio Camacho, cunhado de José Barbosa e genro de Jacinto Nunes, influente republicano de Grândola, tendo o apoio de Aresta Branco, influente republicano em Beja. Passava os dias numa tertúlia da farmácia Durão. Era um hiper-crítico, manipulador da ironia. Jesus Pabón chama-lhe um dissidente perpétuo e A. Cabral diz que se mostrou sempre tão azedo que há quem diga que nas suas veias gira vinagre puro em vez de sangue. Ministro do fomento do governo provisório, de 22 de Novembro de 1910 a 4 de Setembro de 1911. Funda o partido unionista. Apoia os inícios do movimento dezembrista que visa derrubar o governo de Afonso Costa em 1917, mas retira-se do processo nas vésperas do movimento. Alto-comissário em Moçambique 1921-1923. Acaba por apoiar de forma efémera António Maria da Silva, contra a posição asumida pelos antigos correlegionários. Nos anos trinta, chega a proclamar: não me quiseram a mim, agora têm-no a ele, numa referência a Salazar. Ver Matias Ferreira de Mira e Aquilino Ribeiro, Brito Camacho [1942], Lisboa, Bertrand, 1948.
Retirado de Respublica, JAM