Almond, Gabriel A. (n. 1911)
Professor de ciência política em Stanford, especialista em política comparada e cultura política. Um dos monstros sagrados da politologia contemporânea, chefe de fila da escola desesenvolviemntista. Considera que a política em sentido lato tem uma função integradora do social, cabendo‑lhe a socialização dos indivíduos, a preparação para o desempenho de papéis políticos , a comunicação de símbolos e mensagens e o confronto e ajustamento de interesses, enquanto à política como governo cabe a elaboração e aplicação de regras. Em qualquer caso, a política exerce a respectiva função pelo recurso ou ameaça de recurso à utilização legítima da coacção física. Reconhece, aliás, que todos os sistemas políticos realizam as mesmas funções e que todas as estruturas políticas são multifuncionais. Distingue a construção do Estado, que ultrapassa o quadro infra‑estatal da tribo e do clã, dotando um determinado território de um aparelho político e administrativo, da construção da nação. Enquanto a primeira se exerce no plano da ordem estrutural, já o segunda se situa a nível da cultura política. Porque não basta a criação de novas estruturas políticas,é necessário que as mesmas sejam recebidas e aceites. A construção da nação, enquanto forma de desenvolvimento político, significa, portanto,a ruptura com a visão paroquial, que limita o horizonte do grupo social ao que se vê.