quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Koyré, Alexander (1892-1964)

Autor russo, aluno de Husserl e de Bergson. Professor em Paris.

Retirado de Respublica, JAM

(...) "Alexandre Koyré identifica a revolução galileana, que fundou a ciência clássica, com a geometrização do mundo e a destruição do cosmos. (1) De fato, nos quase três séculos desde Galileu até o princípio do século XX, não se fez cosmologia plenamente dentro do programa de matematização do real. O Universo não é visto como um Cosmos com níveis de organização, mas sim como uma repetição monótona ad infinitum de uma porção local. Paralelamente, a dimensão temporal foi retirada das considerações sobre o Universo. O cotidiano também é estendido indefinidamente, tanto em direção ao passado, como em direção ao futuro. Não faria sentido falar em origens, em uma idade do Universo. O tempo só foi re-introduzido nas considerações do Universo em 1917, quando Einstein aplicou a Teoria da Relatividade Geral, recém-desenvolvida em 1915, na construção das suas equações cosmológicas. (2)" (...).

(1) Koyré, A. Études galiléennes. Paris, Hermann, 1966.

(2) Harrison, E. R. Cosmology: the science of the universe. New York, Cambridge University Press, 1981. Nesta obra encontramos um panorama do desenvolvimento da cosmologia durante a primeira metade do século XX."

Retirado de Ciência e Cultura

Foto picada da Wikipedia

Kossyguine, Alexei (1904-1980)

Primeiro ministro soviético desde Outubro de 1964, faz parte da troika que substitui Kruchtchev e leva ao poder Brejnev.

Retirado de Respublica, JAM


Foto picada da Wikipedia

Membro do Partido Comunista em 1927, ocupou diversos ministérios a partir de 1939. Em 1946, foi candidato ao Politburo e, em 1960, tornou-se membro do Presidium e do Politburo. Primeiro vice-presidente do Conselho de Ministros em 1960, participou na queda de Nikita S. Kruschev e foi presidente do Conselho de Ministros, ao mesmo tempo em que fez parte da elite dirigente do país, com Leonid Brejnev, Nikolai Podgorny e Mikhail A. Suslov. Influente em política externa, principalmente no início do desanuviamento entre os blocos, Brejnev afastou-o do poder, impedindo a continuação da reforma econômica.

Texto 2 retirado de Biografias

Korsch, Karl (1896-1961)

Pensador marxista alemão. Vive em Londres antes da Grande Guerra, fazendo, então, parte dos fabianos. Depois de ser membro do USPD, partido social democrata alemão independente, em 1919, adere aos comunistas. Professor de direito em Iena em 1923. Por criticar o imperialismo vermelho, é expulso do partido comunista em 1926, acusado de desvio esquerdista. Abandona a Alemanha em 1933, emigrando para os Estados Unidos da América, onde escreve na revista Living Marxism, dirigida por Paul Mattick. Critica tanto o revisionismo de Bernstein, onde dominaria o regresso a Kant, como a perspectiva de Kautsky. Insurge-se particularmente contra o esquecimento do carácter revolucionário do movimento marxista. Considera que as democracias liberais tendem a constituir um Corporate State que se aproximaria do modelo fascista.

Retirado de Respublica, JAM

Foto picada da Wikipedia

Konservative (1876)

Na Alemanha, a expressão Konservative tem mais a ver com o conceito francês de tradicionalista do que com o conservative britânico. Em 1876 é fundado o Deutschekonservative Partei, assente sobretudo nos grandes proprietários prussianos, opostos à instituição do sufrágio universal por Bismarck. Maioritários na Camara dos Representantes da Prússia desde 1879, são o principal apoio de Bismarck, quando este entrou em ruptura com os nacionais liberais. Defendem o proteccionismo. Fazem parte do governo alemão até à Grande Guerra (coligação com o Zentrum, oposição dos sociais-democratas).

Desaparecem em 1918 e dispersam-se durante a Repúblkica de Weimar pelo Partido Nacional Alemão e pelo Partido Democrático Alemão.

rmin Mohler Die konservative Revolution in Deutschland 1918-32, de 1950, refere a rnovação do pensamento conservador alemão antes da ascensão de Hitler ao poder, como Moeller van den Bruck, Carl Schmitt e Ernst Junger.

Retirado de Respublica, JAM

Komintern (III Internacional)

Nome pela qual é conhecida a III Internacional, ou Internacional Comunista, fundada em Moscovo em 4 de Março de 1919.

Centralismo democrático

No II Congresso, ocorrido em Julho de 1920, estabelece-se o modelo a que devem obedecer os partidos integrantes, ao mesmo tempo que se delineiam os esquemas da luta pela libertação nacional dos povos colonizados.

Segundo a 12ª condição de aderência, os partidos pertencentes à Internacional Comunista devem basear-se no princípio de centralismo democrático, isto é, a sua organização deve ser tão centralizada quanto possível e predominar uma disciplina de ferro.

Depurações

Do mesmo modo, nos termos da condição 13ª, os partidos comunistas nos países em que desenvolvem a sua actividade legalmente devem, de vez em quando, proceder a depurações dos seus membros, para se livrarem de quaisquer elementos pequeno-burgueses que hajam aderido. Tal centralismo democrático era também universal: o partido que desejar participar no Komintern deverá afastar os reformistas e centristas (2ª); tem de criar por toda a parte uma organização ilegal paralela, que, no momento decisivo, ajudará o partido a cumprir o seu dever para com a revolução (3ª); é obrigado a apoiar incondicionalmente qualquer república soviética na sua luta com forças contra-revolucionárias(14ª); além disso, os partidos que ainda conservarem os antigos programas sociais-democratas devem revê-los os mais depressa possível e elaborar [... ] um novo programa comunista em conformidade com as decisões da Internacional Comunista(15ª); todos os decretos dos congressos da Internacional Comunista, assim como os do seu Comité Executivo, abrangem todos os partidos pertencentes à Internacional Comunista(16ª); todos os partidos que desejarem ingressar na Internacional Comunista devem mudar de nome, desde que a fórmula partido comunista não esteja já incluída na designação(17ª).

Foi a partir deste II Congresso do Komintern que se deu uma vaga de fundações de partidos comunistas, destacando-se o nascimento da SFIC, Secção Francesa da Internacional Comunista, no Congresso de Tours da SFIO (25 a 29 de Dezembro de 1920), a fundação do Partido Comunista Italiano (5 de Janeiro de 1921) e do próprio Partido Comunista Português em 6 de Março de 1921.

Retirado de Respublica, JAM

Kolakowski, Leszek (n. 1927)

Filósofo polaco, dissidente dos comunistas. Expulso do partido em 1966 e, dois anos depois, demitido de professor de filosofia moderna da Universidade de Varsóvia, acusado de corromper a juventude. No exílio é professor em Berkeley, Yale e Oxford. Começa por criticar o leninismo, invocando o jovem Marx. Acaba por aproximar-se do cristinaismo, rejeitando a herança cientista do positivismo e o determinismo marxista. Assinala que a Revolução de Fevereiro de 1917 se deveu à coincidência de muitos factores: a guerra, as reivindicações camponesas, as recordações de 1905, a conspiração dos liberais, o apoio da Entente e radicalização das massas trabalhadoras. Criticando o inicial sovietismo, refere que , o génio de Lenine não foi o da previsão, mas o de concentrar num preciso momento todas as energias sociais que podiam utilizar-se para tomar o poder, e subordinar todos os seus esforços e os do seu partido para este fim. Porque que a Revolução não foi um "coup d'état" bolchevique, mas uma verdadeira revolução dos trabalhadores e camponeses. Apenas os bolcheviques foram capazes deos utilizar para os seus próprios fins; a sua vitória foi, por sua vez, uma derrota das ideias comunistas, inclusive na sua versão bolchevique. Assim, se Lenine não pensou num trânsito imediato para uma agricultura colectiva e estatal, não teve dúvida que a produção rural devia estar desde o início debaixo do controlo estatal directo e que o livre comércio de mercadorias significaria a ruína do socialismo.

Retirado de Respublica, JAM

Foto picada de The Library of Congress

Koinonia

Termo grego imediatamente associado à ideia de comunidade. Contudo, o termo se exprime essa proximidade, impõe um modelo de comunhão, dado que apela para uma forma de vida em comum, para a consciência de um destino comum e da existência de uma fé partilhada pelos membros desse grupo. Em Aristóteles, 1, 5

koinonia politike

Koinon. Gr. O espaço comum, o espaço político, onde todos se assemelham

Koinonia. Gr. Comunidade no sentido de comunhão, de encontro das coisas comuns.


Retirado de Respublica, JAM

Koestler, Arthur (1905-1983)

Húngaro de origens judaicas. Depois de uma breve fase comunista, torna-se sionista, entre 1922 e 1929. Jornalista na Alemanha desde 1931, regressa à miltância comunista. Vai para a URSS em 1932, desiludindo-se do ideal. Instala-se em França a partir de 1834 e é repórter na guerra civil espanhola, chegando a estar preso. Regressa a França e trata de assumir o anticomunismo. Passa para Inglaterra em 1940. Volta à Palestina de 1942 a 1948.

Contra o reducionismo

Critica a chamada ideologia reducionista da modernidade, segundo a qual pela análise podem atingir-se os elementos simples, considerados como uma parte da complexidade. Defende a síntese que considere o conjunto como algo mais que a soma das parcelas. Neste sentido critica o marxismo, o freudianismo e o estruturalismo. Liga-se, no final dos anos sessenta, a Piaget, Hayek e Bertalanffy, promovendo a publicação conjunta Beyond Reductionism, Londres, Hutchinson, 1971.

·O Zero e o Infinito

1940 ed. ingl., 1941; ed. fr., 1946.

·Darkness at Noon

1948.

·Les Racines du Hasard

Paris, Calmann-Lévy, 1972.

·The Art of Creation

Nova York, Macmillan, 1964.

Retirado de Respublica, JAM

Foto picada de A. K. Project

Avaliação dos Docentes

Não sei há quanto tempo este meu estimado parceiro em muitos pontos de vista sociais (políticos e, creio fortemente, também existenciais) escreveu este artigo. Mas há-de ter, por bastante tempo ainda (infelizmente assim nos apontam os actuais cenários para um futuro mais ou menos próximo), eco e reflexo nas linhas de contestação a algumas medidas educativas - diria quase xenófobas -, sobretudo as que tendem a arrasar com o que não encaixe em certo conceito de pedagogia da educação. O que não é exclusivo do ensino universitáro. eu que o diga.

E a História já nos mostrou o quanto podemos e devemos aprender com erros do passado, sobretudo quando nele vemos muito do que de mau acontece na sociedade do presente. Mas o meu amigo PFC, aqui, explica bastante do alcance desta asserção:

Avaliação dos Docentes Universitários

Teses academicamente incorrectas
sobre um mito do nosso tempo


Paulo Ferreira da Cunha
Prof. Catedrático - Fac. de Direito da Univ. do Porto


I. A Avaliação não foi descoberta agora

A demagogia na Educação instalou-se completamente.

Anuncia-se de vez em quando nos media, de forma pomposa, judiciosamente, que os professores do ensino superior podem ser avaliados pelos alunos. Descoberta da pólvora! Bravo!!! Dão-nos licença.... Como se a lei ou o poder no-lo permitissem agora...

Pessoalmente sou avaliado há muitíssimos anos, e outros são-no como eu.

Quem trabalha muito, investiga mesmo a dormir (o sonho é factor de imaginação criativa), está disponível (até se correspondendo com os alunos por e-mail: quer-se mais total disponibilidade?), quem não tem mais 3 empregos fora, não for antipático e souber umas coisas, animar as aulas, promover umas actividades interessantes, etc., parece não ter muito a temer... Embora não se agrade nunca cabalmente a todos, e sempre possa haver umas malquerenças, o bom senso acabará por prevalecer...

Não tenho que reclamar pessoalmente. Mas reclamo pela classe.

A avaliação não foi descoberta agora: já existe em muitas Universidades.

II. A Avaliação mede a popularidade e deveria ser responsabilizante

Mas sejamos claros: só serve para detectar a popularidade dos professores, e, no limite, apanhar os totalmente não cumpridores, que se espera sejam raros. Mas sempre e só se for olhada inteligentemente por quem possua muita experiência, muito bom senso: coisas cada vez mais raras, infelizmente.

Em geral, o “voto secreto” (desresponsabilizador) dos estudantes nesses inquéritos é apenas opinião, simples gostar ou não gostar. Tanto vale o voto do bom como o do mau aluno, tanto o do que foi às aulas como o do que lá vai só votar no último dia. E é importante saber-se quantos alunos votam, em que percentagem face aos inscritos e face aos que foram às aulas o ano todo.

Por outro lado, a avaliação tem de fazer-se na própria aula em que o docente está a ser avaliado, e não numa única classe para todos os docentes… Muito menos fora das aulas. Se é tudo respondido de atacado, quando chegam à última cruzinha - que estafa! - … lembrar-se-ão de quem estão a avaliar?

Mas mais ainda: seria interessante, isso sim, perguntar aos antigos alunos o que pensam, alguns anos passados, dos seus antigos professores. Essa avaliação, para além da imediata e imediatista, faria também ajuizar do que foi fugaz fascinação ou embirração, e do que foi influência perene.

Um outro aspecto problemático são as simpatias e antipatias, que, como sabemos, variam muito com a cor dos olhos, a idade, o sexo, e a cor política de cada professor…

III. Muitas Universidades capitularam na avaliação dos Estudantes

Há problemas profundos por detrás desta questão. Enquanto não se entender de vez que na sociedade há quem sabe e quem não sabe, e quem sabe não tem que ser escrutinado nessa veste senão por quem sabe mais, a comunidade continuará adiada e a fingir.

Sem dúvida que há muitas Universidades pelo mundo fora que de há muito vivem da popularidade professoral. Poucos estão para se maçar e enfrentar a barbárie que entrou portas adentro. Nisto da avaliação pergunto sempre: quem guarda os guardas? Para iludir as coisas, lá vem sempre o exemplo estrangeiro – mas lá fora (no lá fora de alguns cá dentro) há muito que o curso universitário vale pouco no mercado de trabalho e os professores já se renderam muito antes de nós. As Universidades são mais centros de investigação que subsidiariamente dão aulas, e muito mais subsidiariamente avaliam... Ora nós estamos longe dessa função, num país em que, apesar de tudo, ainda se confia nos títulos. Pelo menos nos de Universidades renomadas.

Continuo a não me queixar: sou um privilegiado, numa Faculdade com alunos até agora de excepcional nível (embora vá decaindo em geral com a estupidificação geral promovida pelo laxismo imperante no ensino secundário) - não faço nenhum favor em dar-lhes boas notas. Mas parece que há quem o faça por aí, em casas menos bafejadas pela sorte...

Por todo o lado se propõe avaliação: e também se querem avaliar as universidades pelo número dos diplomas que fornecem, independentemente da qualidade, claro. Em Itália, já se ironizou com isso:

“Che cosa penserebbero gli italiani se il Ministro della Sanità annunciasse che d’ora in avanti la qualità degli ospedali sarà valutata in base non al numero dei pazienti guariti ma al numero dei pazienti comunque dimessi, non importa se guariti o meno?” [1]

A propósito, em Itália, disseram-nos que, com base no mesmo processo de Bolonha que em Portugal nos faz truncar os cursos, aumentaram (pelo menos em algumas Faculdades) a duração do período para obtenção da laurea de 4 para 5 anos... Somos mais bolonheses que os bolonheses, mais papistas do que o Papa…

IV. Quem deve avaliar é só quem está no topo da carreira

Sobre avaliação dos docentes do ensino superior creio só haver logicamente uma resposta: ou o sistema está totalmente pervertido (e reconhecemos que títulos e graus e hierarquias de nada servem), ou então os únicos que podem julgar são os que se encontram no topo da carreira: todos (e não apenas uns happy few, amigos do poder) professores coordenadores e os catedráticos de nomeação definitiva, respectivamente no Politécnico e na Universidade, porque os únicos que foram avaliados toda uma vida, tendo ultrapassado os obstáculos. Sabemos que há génios noutros patamares, e que há génios autodidactas. Mas é preciso haver algum critério. O resto é demagogia.

V. A promoção artificial mediática e social é uma forma de fugir à vera avaliação

Aliás, essa demagogia anda de par com a muito difundida mania de querer vender gato por lebre, procurando o ensinante menos qualificado fazer-se passar por mais qualificado. Sobretudo se for social ou politicamente aspirante a mais. Sobretudo se tem múltiplo emprego, e precisa de se valorizar nos demais com o cartão de visita universitário. Em muitos países, a qualidade de assistente, que era na geração anterior à nossa muito prestigiante, passou de tal modo a representar (estultamente) uma vergonha social (pela hoje instalada mania das grandezas) que já ninguém quer ser assistente, e, cedendo à pressão social, a categoria deixou mesmo de existir em alguns países. Noutros, como Portugal, em que a categoria permanece, uma das formas de subir sem ser avaliado (ironisaríamos) é a de os assistentes se fazerem passar por “professores”, quer afirmando-se professores tout court, quer, mais subtilmente (e reconhecendo nós que só alguns de caso pensado claro), dizendo-se “docentes” ou “professores da cadeira X ou Y”… “Docentes” são realmente todos os que ensinam. Mas é nome alatinado, mais doirado para quem não quer “assistir”… Enfim, fechemos o parêntesis.

VI. A Pedagogia artificial não resulta. A Pedagogia em exercício, sim

A distinção entre capacidade científica e pedagógica procura iludir o problema. Para quem não percebe nada de coisas fulcrais, tudo seria magicamente melhor se os docentes universitários tivessem cursinhos e reciclagens dadas pelos pedagogos de serviço: que podem nada saber das respectivas matérias. Falácias e mais falácias. Esse ideal de Coménio de uma arte de ensinar tudo a toda a gente é complicado… Há muita formação pedagógica informal, tradicional, empírica e “em exercício” que vale mais que teorias de quem, sem saber, pretende ensinar os que sabem a ensinar aos que nada sabem…

VII. Pode haver “ maus” professores “bons” professores

Por outro lado, é bom que haja professores fora dos padrões pedagógicos das vigências.

Ninguém ignora que há cientistas quase mudos e antipáticos. E alguns deles introvertidos [2] . Mas, no limite, em países em que a investigação científica é paupérrima, poderemos prescindir deles, ainda que com o custo de serem menos apelativas as suas aulas? E o caso corrente nem sequer é esse: normalmente, a má pedagogia decorre também de má preparação científica. Quem sabe e se encontra apaixonado pela sua matéria até pelo simples exemplo de sua vida é um pedagogo. Deixemo-nos de formalismos e de mitos: o professor não é um palhaço de mil habilidades com vista a meter dados na cabeça dos estudantes; é um modelo, que mostra um caminho possível. Aprender é outro caminho, cada um, individualmente, tem de percorrer.

Por outro lado, ter apenas folies bergères pedagógicas é cansativo. Um ou outro professor medíocre faz descansar os alunos de tanto brilhantismo. Cursei três cursos superiores: Direito, Letras e Artes. Em todos eles tive professores brilhantes que nos tiravam o fôlego de tanto nos pôr a pensar, e professores mais cinzentos que nos debitavam matéria. Uns e outros são precisos. A todos agradeço.

VIII. Avaliação não pode ser demagogia

Quanto à avaliação: faço e farei enquanto me não proibirem os meus inquéritos, mas é só para saber se sou popular... Fraqueza narcisista, decerto... Deus me livre se acreditasse que sou bom ou mau professor pelos seus resultados.

A sociedade tem de ter os seus freios e contrapesos meritocráticos: senão a democracia degenera em demagogia e em anarquia. Ainda teremos um dia os arguidos a votar sobre a qualidade das sentenças dos juízes...




[1] Ernesto Calli della Loggia, Passato e Presente, in Sette, “Corriere della Sera”, n.º 39, 2003, p. 15.

[2] Cf. o excelente artigo de Jean Lauand "Vigência e Educação – a Ditadura da Extroversão"; Videtur No. 26, pp. 5-20, Porto, IJI-CEMOrOc-FEUSP, 2004.

Retirado de Editora Mandruval

Kjellen, Rudolf (1864-1922)

Professor sueco, na Universidade de Upsala. Deputado. Um dos grandes teóricos da geopolítica. Influenciado por Ratzel. O seu livro de 1916 teve grande êxito na Alemanha, com traduções de 1916 e 1924.

·Staten Som Lifsform (O Estado como Forma de Vida), de 1916.

Retirado de Respublica, JAM

"Johan Rudolf Kjellén (Torsö, 13 de Junho de 1864 - Uppsala, 14 de Novembro de 1922) foi um cientista político e político sueco. Cunhou o termo geopolítica, em 1899. O seu trabalho foi influenciado por Friedrich Ratzel. Com Alexander von Humboldt, Karl Ritter e Friedrich Ratzel, Kjellén lançou as bases da geopolítica alemã, que mais tarde seriam aproveitadas por Karl Haushofer."

Kjellén completou o ensino secundário em Skara, no ano de 1880 and matriculou-se na Universidade de Uppsala nesse mesmo ano. Completou o seu doutoramento em Uppsala em 1891 e foi docente nessa universidade entre 1890 e 1893. Leccionou também na UniversidadeGotemburgo, onde foi professor de ciência política e estatística a partir de 1901, até voltar a Uppsala em 1916, para uma posição prestigiada como professor de eloquência e governação. de

Sendo um político conservador, foi membro da segunda câmara do parlamento sueco , entre 1905 e 1908, e da primeira câmara, entre 1911 e 1917.

Retirado da Wikipédia