Mesa do Orçamento, Comer à
A expressão comer à mesa do orçamento, querendo significar uma política de favoritismo na distribuição de empregos e subsídios públicos tem especial desenvolvimento durante o regime do baronato devorista, entre 1834 e 1836, principalmente a partir da acção de Rodrigo da Fonseca como ministro do reino entre 15 de Julho e 18 de Novembro de 1835 durante o governo de Saldanha. Diz o ministro em causa, na altura, que postos todos a comer à mesma mesa depress passariam de convivas satisfeitos a amigos dedicados. Desencadeia uma política de criação de barões, como os de Moncorvo, Samodães, Bonfim, Sabrosa, Setúbal, Ruivós, Bóbeda, Leiria. Como então dizia Garrett, foge, cão, que te fazem barão. Para onde? Se me fazem visconde... Gera-se assim uma política de empregadagem, logo criticada nuns versos de Brás Tisana: Uma nação de empregados/ É Portugal? Certamente: /Até D. Miguel, do trono/ De Maria... é pretendente.
Retirado de Respublica, JAM
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