Mesocracia
Do grego mesos, médio. O mesmo que governo da classe média, da classse social situada entre a classe superior e a classe dos trabalhadores.
ver Classe Média.
Tentativa de compilação, dentro do espaço académico de língua portuguesa, de todas as informações que, nas Ciências Sociais, contribuam para a edificação do sistema teórico-conceptual da Politologia, como lugar para continuar a pensar e reescrever a Política! Sem mitos xenófobos! Sem reducionismos ideológicos! Oxalá!
Do grego mesos, médio. O mesmo que governo da classe média, da classse social situada entre a classe superior e a classe dos trabalhadores.
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Publicado por Zé Rodrigo às 5:12:00 da tarde
Categorias temáticas: Para uma História das Ideias Políticas (de A a Z)
Com Hegel, a civilização europeia deixou de ser apenas greco-romana e judaico-cristã, passando a receber o impulso estruturante da especulação germânica, marcada por aquilo que André Glucksmann qualifica como o ciclo dos mestres-pensadores. Neste sentido, Hegel está para o pensamento contemporâneo como São Tomás de Aquino esteve para o fim da Idade Média. Segundo a caricatura que deles fez o mesmo Glucksmann: foram quase todos mestres da linguagem ao ponto de cada um tender a forjar uma linguagem própria para melhor a ter cientificamente na mão. Línguas de um domínio que se domina matematicamente a si próprio, movem‑se sempre no círculo de uma tautologia.
Publicado por Zé Rodrigo às 5:11:00 da tarde
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Do gr. metabolis, ação de mudar, mudança de estado. Perspectiva assumida por Aristóteles sobre a dinâmica da polis. A passagem de um todo para outro todo, porque os seres nascem, crescem e morrem, onde a causa primeira de toda a mudança é uma causa interna, está situada nas suas própria parcelas. O todo, porque é composto de parcelas, tem uma causa interna, que está localizada nas suas próprias parcelas. Daí que cada todo possa transformar-se noutro todo. Num organismo vivo, a fisiologia ensina-nos que o metabolismo inclui um duplo processo de assimilação (anabolismo) e de transformação dos restos rejeitados (catabolismo).
Metabolismo político
Aristóteles
Retirado de Respublica, JAM
Giorgio la Pira refere também "os problemas políticos e sociais ... apresentam‑se colocados sobre dois planos hierarquicamente distintos: um técnico e outro meta‑técnico; um político... e um meta‑político; um físico e outro meta‑físico. Existe uma técnica social e existe, anterior a ela, uma metafísica social: esta última tem como objecto, precisamente, as normas básicas que orientam a discussão e solução técnica dos problemas sociais". Porque "uma Weltanschauung está sempre subentendida em toda e qualquer concepção política integral sob toda e qualquer valoração integral da economia, do direito ou da política acha‑se necessariamente uma certa solução dos problemas de Deus, do homem, do mundo".
Retirado de Respublica, JAMSegundo Hannah Fenichel Pitkin, há em todos os autores uma metapolítica, os pontos de vista mais largos que ultrapassam a ideologia de cada um e se prendem com as concepções do mundo e da vida, com as ideias que cada um tem sobre a sociedade e a natureza do homem. Para o pensamento grego clássico, a política era inseparável da metapolítica: só passou a haver política quando se concebeu uma metapolítica, quando tratou de fazer depender-se a polis de um fim, de uma razão, de uma ideia suprapositiva. Quando a polis deixou de ser apenas ordem e tratou de subir à categoria de governação, onde o reger tende a ser caminhar para um certo fim, tende a ser pilotar, conduzir o navio a um determinado ponto futuro. Mas caminharmos para a metapolítica, não pode fazer esquecer-nos a base do processo, do biológico ao social. Começa-se na metapolítica, mas logo deve refluir-se para o intrapolítico; porque, ao mergulhar no concreto, se regressa ao normativo e ao dever ser. É por causa desta pesquisa sobre a metapolítica que a política acaba por ser gerada. Tal como os factos têm de integrar-se nas ideias, para que as ideias fecundem os factos...
Há uma noção metapolítica de nação, desde os messiânicos aos que, em nome da Providência, fazem depender a nação da mão de Deus.
Retirado de Respublica, JAM"Metapolítica é a ciência da relação do fundamento último da política e as funções nas quais a política deve atuar. Entende-se que o fundamento metapolítico, seja ele a liberdade, a igualdade, a religião ou a raça é mais importante do que o sistema em si e que portanto deve definir e sempre estar acima dos meios políticos específicos."
Retirado da Wikipédia
"Divulgação na mentalidade colectiva e na sociedade civil de valores e ideias (ou de "ideologemas") excluindo qualquer meio ou qualquer finalidade política, assim como a etiquetagem política, mas de acordo com uma visão de Grande Política, ou seja, na demanda de um impacto histórico.
A metapolítica situa-se fora e acima da política polítiqueira, a qual se tornou teatral e já não constitui o lugar da política. A estratégia metapolítica visa difundir uma concepção-do-mundo de modo a que os valores desta última adquiram na história a potência e o poder a longo prazo. Esta estratégia é incompatível com as ambições burguesas de obtenção do poder, "de estar" no poder a curto prazo. Polivalente, a metapolítica deve dirigir-se às instâncias de decisão, aos mediadores, aos difusores de todas as correntes de pensamento, as quais não revela necessariamente o conjunto do seu discurso. A metapolítica expressa igualmente uma sensibilidade como uma doutrina; torna-se cultural ou ideológica segundo as circunstâncias.
Horizontes alargados, flexibilidade, eficácia prática e dureza do "discurso interno" (que se distingue do discurso externo, o qual não trai absolutamente o discurso interno, mas não diz "tudo", adaptando a formulação) são os quatro pilares da estratégia metapolítica."
Retirado de Metapedia
Retirado de Respublica, JAM
Foto picada de homolaicus
Etimologicamente, significa o caminho para. De odos, caminho, a que se juntou o prefixo meta, significando depois. Em termos gerais, o caminho que se deve seguir para alcançar a verdade num domínio científico. Metodologia, é a ciência dos métodos, equivalente à epistemologia.
Método sempre quis dizer caminho, sempre foi um meio, um instrumento para se atingir o fim da verdadeira ciência: a inteligibilidade do real. Logo, se os fins não devem ser postos ao serviço dos meios, talvez o primeiro dos vícios científicos esteja naqueles que acabam por transformá-lo numa ideologia, dando prevalência ao método sobre o objecto. Quando dizemos que no princípio de cada ciência está o método, não podemos esquecer que o logos é anterior e superior ao método, que a ontologia é superior à metodologia, que a verdade, deve, em qualquer caso, prevalecer, como assinala Gadamer. As eternas perguntas sobre o como se caminha para a verdade (know how), essa ilusão teórica do conhecer o conhecimento, podem desviar-nos do próprio objecto que pretendemos analisar e, de tanto pensarmos o pensamento, podemos acabar por nem sequer pensar. Se dermos preponderância à pergunta do como, do knowing how, insistindo nas prescrições metodológicas, podemos desviar-nos das próprias coisas, esquecendo o knowing that, não respondendo à pergunta fundamental sobre o quê. Com efeito, no nosso tempo, as ciências sociais estão cercadas por um excesso de metodologismo, onde abundam as engenharias conceituais com muitos manuais cheios de instruções sobre a descoberta da verdade, que, muitas vezes, têm levado a que se coisifique o pensamento. Ora, a aprtir do momento em que se transforma o próprio pensamento numa simples coisa, está aberta a senda para a objectivização do sujeito e para a subjectivização do objecto.
Método axiomático-dedutivo
O método típico da matemática e da geometria que a partir do cartesianismo entrou em confronto com o método aristotélico. Também dito método racionalista, marcado pelo esprit geométrique. No tocante às ciências sociais, este método tende a hipostasiar o processo analítico que vai dos efeitos para as causas e a transformar as coisas sociais e políticas numa espécie de objecto maquinal. Decompõe os todos nas suas partes componentes; procede a uma análise exaustiva de cada um dos elementos integrantes desse todo; procura as respectivas leis de funcionamento; tende a reconstruir o todo pela soma das respectivas parcelas.
Método sociológico
Segundo Émile Durkheim, são as seguintes les règles de la méthode sociologique: o reconhecimento da existência de factos sociais, como maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo e que são dotadas de um poder de coerção que se lhe impõem; a exigência de considerar os factos sociais como coisas, destacadas dos sujeitos conscientes que os representam e susceptíveis do mesmo tratamento que os factos naturais, nomeadamente no tocante às relações de causalidade; e a necessidade de afastarmos sistematicamente as pré-noções.
Metodologia política
Um quarto campo da actual ciência política tem a ver com as questões metodológicas, desde a análise terminológica dos conceitos, ao problema da própria linguagem. Se, por um lado, importa analisar os métodos qualitativos (ver, sobretudo W. Crotty, Political Science. Looking to the Future [1991]) , também não deve perder-se de vista todo o espaço dos métodos quantitativos.
A descoberta das grandes linhas metodológicas pode referenciar-se, em primeira linha, nos grandes balanços sobre o estado da arte. Assim, depois do relatório da UNESCO, La Science Politique Contemporaine. Contribution à la Recherche, à la Méthode et l’Enseignement, de 1950, há que referir os trabalhos de C. B. MacPherson [1954], William ª Robson [1955], Dwight Waldo [1956], William James MacKenzie [1967, 1970 e 1972], Marcel Prélot [1969] e Paul Ricoeur [1978]. A partir de então, surgiram vários estudos e relatórios sobre as origens, o desenvolvimento e o estado da disciplina.
Na perspectiva anglo-saxónica, refiram-se:
. Stanley H. Hoffmann [Hoffmann, Stanley H., «Tendances de la Science Politique aux États Unis», in Revue Française de Science Politique, pp. 913 segs., Paris, Presses de la Fondation Nationale des Sciences Politiques/CERI, 1957];
. Bernard Crick [Crick, Bernard, The American Science of Politics. Its Origins and Conditions, Berkeley, University of California Press, 1959. ];
. Albert Somit e Joseph Tanehaus [Somit, Albert, Tanenhaus, Joseph, American Political Science. A Profile of a Discipline, Nova York, Atherton Press, 1964;
. Tanenhaus, Joseph, The Development of American Political Science, Boston, Allyn & Beacon, 1967. ];
. David B. Truman [1965], Karl Deutsch [1966], M. D. Irish [1968], Preston King [1975], Ada Finifter [1983 e 1993], D. M. Ricci [1984], David Easton [1985] e Gabriel Almond [1990].
Em França, são de assinalar os de Georges Lavau [1956 e 1969], Marcel Prélot [1956-1957], François-Michel Bourricaud [1958], Jean Myriat [1960], Maurice Duverger [1965], Jean Leca [1982] e Pierre Favre [1982].
No tocante a outros países, mencionam-se Norberto Bobbio [1969] e Kastendiek [1987].
Mesmo quanto a Portugal, são marcantes os contributos de Maria José Stock [1984], Manuel Braga da Cruz e Manuel de Lucena [1985], Marcelo Rebelo de Sousa [1989], Nuno Rogeiro [1993], a que se soma o nosso relatório de concurso para professor associado de 1993, publicado em 1994, com o título Sobre a Ciência Política.
Nos ensaios sobre introdução à política, podemos também perspectivar as principais opções nesse domínio. E, aqui, refiram-se Anderson, Rodde e Christo [1957], Meynaud [1959], Duverger [1964], Jean-Yves Calvez [1967], Guild e Palmer [1968], Abendroth e Lenk [1968], Jean-Pierre Lassalle [1969], Mitchell [1969], Abcarian e Masannat [1970], Haas e Kariel [1970], Althoff e Rush [1971], Raymond Polin [1971], º H. Ibele [1971], Chemillier-Gendreau e C. Courvoisier [1971], David Everson e Popard Paine [1973], Bernstein e Deyer [1979], Leon Hurwitz [1979], Debbasch e Pontier [1982], Patrick de Loubier [1983], Philippe Braud [1984], John Schrems [1986], García Cotarello e Paniagua Soto [1987], Philippe Bénéton [1987], Alan Isaak [1987], Martin Marger [1987], Harmon Zeigler [1990], Jean-Luc Chabot [1991], James Danzinger [1991], Winter e Bellows [1992], Kay Lawson [1993], Gamble, Redenius e Weber [1992, 2ª ed. ], Breslin, Hague e Harrop [1992], Jean Baudouin [1992], Ponton e Gill [1993], Leslie Lipson [1993, 9ª ed. ], Ethridge e Handelman [1994], Howlett e Laycock [1994], Vernon Van Dike [1995], Robert Heneman [1995], Kenneth Minogue [1995], Richard Cole [1995], Dominique Chagnollaud [1996].
Não faltam sequer, em português, as tentativas de Fernando Luso Soares [1975], Francisco Lucas Pires [1978], Marques Bessa e Nogueira Pinto [1978], e Vitalino Canas [1992].
A literatura sobre a metodologia na ciência política abunda, com destaque para Burdeau [1959], Duverger [1959], Grawitz [1964], Meehan [1965], Crotty [1968, 1969 e 1991], Isaak [1969], Etzioni [1970], Holt e Turner [1970], Landau [1972], Mayer [1972], Garson [1976], Giddens [1976], Smelser [1976], Feyerabend [1979], Bernstein e Deyer [1979], Ragin [1987], Jones [1995], Marsh [1995], Olson [1995] e Stoker [1995].
Metodologismo.
O exagero de teorias sobre o método, resultantes da intersecção do cientismo positivista com o hegelianismo que levam à predominância do know how sobre o know that. O método, a procura do conhecer o conhecimento, transforma-se numa ideologia, como acontece com o estruturalismo sistemista e em muitos devaneios do neo-marxismo. Dá-se assim a prevalência do método sobre o objecto e este modelo de pensamento transformou-se na medida de todas as coisas...
Métodos quantitativos
Sobre os métodos quantitativos nos domínios da ciência política, importa consultar Champney [1995]. Sobre a metodologia em geral, também neste domínio, são já clássicas as obras de Crotty [1969], Isaak [1969], Holt e Turner [1970], Landau [1972] e Mayer [1972].
Metodenstreit
O mesmo que conflito sobre o método. Polémica desencadeada a partir de 1880, quando os teóricos neokantianos consideraram que a vida humana era insusceptível de explicação causal, passando a defender-se a compreensão como o processo típico das ciências humanas, das Geisteswissenschaften, que não deveriam seguir os modelos analíticos das ciências da natureza, conformem defendiam positivistas. O positivismo lógico do Círculo de Viena voltou a defender a mesma unidade metodológica de todas as ciências.
Retirado de Respublica, JAM
· A Fé em História e Sociedade. Estudos para uma teologia fundamental prática, [ed. orig. 1977] trad. port., São Paulo, Edições Paulinas, 1981.
· Antropocentrismo Cristiano, Salamanca, Ediciones Sígueme, 1972.
· Teología del Mundo, Salamanca, Ediciones Sígueme, 1970.
·Identité et Realité, 1907
·De l'Explications dans les Sciences, 1921.
·La Déduction Relativiste, 1925.
·Le Cheminement de la Pensée, 1931.
·Les Groupes de Pression en France, Paris, Librairie Armand Colin, 1958.
·Introduction à la Science Politique, Paris, Librairie Armand Colin, 1959.
·La Science Politique. Fondements et Perspectives, Lausanne, edição do autor, 1960.
Conhecer
Salienta que conhecer passa pela compreensão, pela significação e pela estrutura. Conhecer é "apreender um dado numa certa função, numa certa relação enquanto me dá o significado ou me apresenta esta ou aquela estrutura ".
Estrutura
Por seu lado, a estrutura é "um conjunto que tem um sentido e que oferece então à análise intelectual um ponto de apoio. Mas, ao mesmo tempo, não é uma ideia‑constitui‑se, altera‑se ou reorganiza‑se diante de nós como espectáculo".
Cultura e política
Seguindo o relativismo cultural proposto por Husserl, considera que "há um centro na história, que é a acção política, e uma periferia, que é a cultura". Mas tal como não há uma "política puramente filosófica", também não existe política que não traduza "uma filosofia do homem e da vida". Neste sentido, considera que se devem ultrapassar as antinomias filosóficas tradicionais: do interior/exterior; da verdade/erro; do eu/outro; da liberdade/necessidade; do sujeito/objecto; uma ambiguidade que, contudo, não considerada imperfeição. Assim, rejeita tanto o dogmatismo de um idealismo subjectivista, como as certezas dogmáticas de um realismo objectivista. A política da ambiguidade responderia assim a uma valência do mundo humano.
· La Structure du Comportement, 1942.
· Phénoménologie de la Perception, 1945.
· Humanisme et Terreur. Essai sur le Problème Communiste, Paris, Éditions Gallimard, 1947.
· Les Aventures de la Dialectique, Paris, Éditions Gallimard, 1955.
· Sens et Non-Sens, Paris, Nagel, 1966.
· Signes, Paris, Gallimard, 1960.
. Elogio da Filosofia, Trad. Port., Lisboa, Guimarães, 1993.
Retirado de Respublica, JAM
Foto picada de uri
Politólogo francês, especialista em relações internacionais. Criador da chamada sociologia das relações internacionais.
· «Sociologie Politique et Droit Constitutionnel», In Archives de Philosophie du Droit, vol. XIV, pp. 227 segs., Paris, 1969.
· La Vie Internationale, Paris, Librairie Armand Colin, 1970.
· Sociologie des Relations Internationales, 4ª ed., Paris, Éditions Dalloz, 1988.
Termo cunhado por Michael Yong em 1958 na obra The Rise of Meritocracy, querendo significar o governo daqueles que têm mérito. Uma sociedade onde o poder é exercido pelos melhores, por aqueles que têm mais talento ou melhor preparação e que o obtêm pela competição e pela selecção, não pela herança ou pela pertença a uma determinada classe, mas antes como consequência do princípio da igualdade de oportunidades.
Retirado de Respublica, JAM
Meritocracia (do latim mereo, merecer, obter) é a forma de governo baseado no mérito. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento, e há uma predominância de valores associados à educação e à competência.
A meritocracia está associada, por exemplo, ao estado burocrático, sendo a forma pela qual os funcionários estatais são selecionados para seus postos de acordo com sua capacidade (através de concursos, por exemplo). Ou ainda – associação mais comum – aos exames de ingresso ou avaliação nas escolas, nos quais não há discriminação entre os alunos quanto ao conteúdo das perguntas ou temas propostos. Assim meritocracia também indica posições ou colocações conseguidas por mérito pessoal.
Embora a maioria dos governos seja em parte baseada na meritocracia, ela não se expressa de forma pura em nenhum lugar. Governos como de Singapura e da Finlândia utilizam padrões meritocráticos para a escolha de autoridades, mas misturados a outros. O modelo mais próximo de uma meritocracia talvez seja a hierarquia militar, na qual os postos são em teoria obtidos por adequação aos valores de bravura, coragem e sagacidade.
O principal argumento em favor da meritocracia é que ela proporciona maior justiça do que outros sistemas hierárquicos, uma vez que as distinções não se dão por sexo ou raça, nem por riqueza ou posição social, entre outros fatores biológicos ou culturais. Ainda existem classes sociais, e os defensores da meritocracia não pretendem acabar com elas; mas há um critério mais justo para a distribuição dos estamentos sociais.
Conforme o sufixo "cracia" indica, meritocracia é, estritamente falando, um sistema de governo baseado na habilidade (mérito) em vez de riqueza ou posição social. Neste contexto, "mérito" significa basicamente inteligência mais esforço. Entretanto a palavra "meritocracia" é agora freqüentemente usada para descrever um tipo de sociedade onde riqueza, renda, e classe social são designados por competição, assumindo-se que os vencedores, de fato, merecem tais vantagens. Conseqüentemente, a palavra adquiriu uma conotação de "Darwinismo Social", e é usada para descrever sociedades agressivamente competitivas, com grandes diferenças de renda e riqueza, contrastadas com sociedades igualitárias.
Governos e organismos meritocráticos enfatizam talento, educação formal e competência, em lugar de diferenças existentes, tais como classe social, etnia, ou sexo. Na prática, pesquisas sobre mobilidade social indicam que todos esses critérios supostamente neutros favorecem os filhos daqueles que já são privilegiados de algum modo.
Em uma democracia representativa, onde o poder está, teoricamente, nas mãos dos representantes eleitos, elementos meritocráticos incluem o uso de consultorias especializadas para ajudar na formulação de políticas, e um serviço civil, meritocrático, para implementá-los. O problema perene na defesa da meritocracia é definir, exatamente, o que cada um entende por "mérito".
Os primeiros indícios de semelhante mecanismo remonta à Antiguidade, na China. Confúcio e Han Fei são dois pensadores que propuseram um sistema próximo ao meritocrático. Também podem ser citados Gengis Khan e Napoleão Bonaparte, cada qual utilizou no exército e na vida política de seus estados elementos da meritocracia.
Transferido para a Faculdade de Direito de Lisboa no ano lectivo de 1924-1925. Autor de uma das mais veementes críticas ao positivismo no plano jurídico, quando jovem estudante de direito, logo em 1910, numa conferência intitulada Idealismo e Direito, apenas publicada em 1913, que aparece como reacção contra o discurso positivista de Manuel de Arriaga, no acto da sua tomada de posse como reitor da Universidade de Coimbra. Aí Merêa vem proclamar a necessidade de uma filosofia crítica, anti-intelectualista, pluralista e emeinentemente humana. Faz a revisão linguística e gramatical do Código Civil de 1966. Analisando a neo-escolástica peninsular fala no respectivo "carácter democrático", que resulta de "um substracto psicológico das nações ibéricas, um fundo latente mas perenemente vigoroso, cujas energias estão sempre prontas a reagir, ainda mesmo nas épocas que se caracterizam exteriormente por uma atitude apática de submissão". Salienta também que o desenvolvimento desta segunda escolástica peninsular aconteceu quando "na Inglaterra , onde um absolutismo sememlhante ao dos Filipes originava uma semelhante ausência de lutas intestinas , se desenvolveu espontaneamente a teoria do direito divino dos reis". Observa também que naquela época, "era aos reis e não aos papas que convinha defender a teoria do direito divino da realeza".
Cardeal Desiré-Joseph Mercier. Neotomista, fundador do Instituto Superior de Filosofia da Universidade de Lovaina. Organizador das chamadas semanas sociais. Funda a Union Internationale d'Études Sociales e coordena a edição do Côde de Malines, de 1927. Estuda em Lovaina. Director do seminário de Malines. Arcebispo de Malines em 1906, feito cardeal em 1907. Entre 1921 e 1926 tenta a unificação de católicos e anglicanos.
·Métaphysique Générale
Lovaina, 1919.
·Psychologie
Lovaina, 1919.
Do latim mercenarius, mercenário, o que recebia merces, salário. Aquele que combate por dinheiro e não por razões políticas. Aplica-se em geral aos soldados. Antes dos nacionalismos revolucionários, quando ainda não eram dominantes as guerras nacionais, os modelos de exércitos iluministas eram acima de tudo exércitos profissionais, próximos dos conceitos de mercenarismo.
Retirado de Respublica, JAM
O mercantilismo que teve em Colbert (1619-1683) o seu epígono e no reinado francês de Luís XIV, o laboratório modelo, tem origem em Jean Bodin, o teórico do soberanismo, sendo particularmente sugerido por Antoine Montchrétien (1575-1621), o inventor da expressão economia política. Esta visão de enriquecimento do Estado foi também defendida por Juan Mariana. Na Inglaterra, a política do Navigation Act de Cromwell foi marcada por idêntica perspectiva, bem como as teses do banqueiro escocês John Law, no século XVIII. O mercantilismo que comeou por ser meramente metalista, pela criação de um grande stock de moeda na posse do Estado, depressa evoluiu para uma faceta industrialista, à maneira de Colbert, ou comercialista, à maneira britânica
Mercantilismo (Colbert)
Colbert tem, aliás, um projecto simples, transformar a França em uma fábrica e um Estado. Alguns chegam a qualificar o modelo como uma espécie de socialismo monárquico. Nele se aliam estatismo, capitalismo e individualismo, contra o anterior modelo de monarquia limitada pelas ordens e de economia comunitária. Teve particulares consequências na política internacional, quando se aplicou o modelo do individualismo possessivo às relações entre os Estados. Conforme a definição de Colbert, o comércio passa a ser entendido como uma guerra entre moedas, uma guerra perpétua e pacífica de espírito e de indústria entre todas as nações. Porque uma nação só se enriqueceria arruinando as outras nações, assegurando uma mais valia das exportações sobre as importações.
Mercantilismo em Portugal
O modelo foi logo seguido em Portugal por Duarte Ribeiro Macedo, pelo conde da Ericeira, D. Luís de Meneses (1632-1690), por D. Alexandre de Gusmão (1695-1753), e por D. Luís da Cunha.
Publicado por Zé Rodrigo às 4:43:00 da tarde
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Do latim mercari, comerciar, comprar para vender, e de merx, mercadoria, donde vem mercatu, o comprado. Forma do verbo mercare, comprar para vender. Por evolução semântica, eis que da ideia daquilo que é comprado, passou-se para o lugar público onde se vendem mercadorias.
Conjunto ordenado de signos extraídos de um repertório aceite para transmitir informação, segundo a definição de C. Cherry. Abrange um conjunto de objectos comunicáveis. Segundo MacLuhan, o medium é ele próprio a mensagem.
Retirado de Respublica, JAM