quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Lourenço de Faria, Eduardo (n. 1923)

Licenciado em ciências histórico-filosóficas por Coimbra, em 1946, onde é assistente de filosofia até 1953. De 1954 a 1958, leitor de português em Hamburgo, Heidelberg e Montpellier. Professor de filosofia na Baía em 1958 e 1959. Professor em Grenoble e Nice. Passa então a residir em Vence, donde vai emitindo os seus escritos de exílio visitante. Próximo do Partido Socialista. Feroz crítico da política colonial, tanto a do anterior regime como a da esquerda, atacando o colonialismo místico-democrático de Jaime Cortesão ou as teses desse intelectual safado chamado Gilberto Freyre. Considera que o fascismo foi qualquer coisa de profundo, de intimamente ligado por todas as fibras do nosso itinerário histórico a toda uma estrutura arcaizante da sociedade portuguesa, qualquer coisa de orgânico ... um cancro omnipresente mas invisível e indolor para o tecido nacional no seu conjunto... A doença, se doença era, foi vivida com uma espécie de normalidade que se parece muito com a saúde. Depois do 25 de Abril ter-se-á dado apenas a liquidação da face mais repugnante do iceberg fascista, dado que o fascismo real continuaria presente no conservadorismo clerical e no lusitanismo.

Retirado de Respublica, JAM

Foto picada do IEL