Nominalismo
Corrente do pensamento que reduz as ideias e os conceitos aos signos e sinais que os mesmos exprimem. Doutrina assumida por Ockham, Hobbes e, mais recentemente, por Henri Poincaré, o pai do chamado nominalismo científico. Segundo as teses de William of Ockham, os conceitos, os universais, não são substâncias, não são coisas reais (realia), mas meros signos ou símbolos que não existem fora do sujeito que procura conhecê-los. São predicados para os juízos. São nomes que servem para indicar uma pluralidade de coisas singulares, sendo comuns a uma dada classe de objectos, ao contrário do que defendia São Tomás de Aquino e a escolástica, para quem os universais possuem em Deus uma existência real, constituindo verdades eternas, verdades que o são em todos os tempos e todos os lugares. Pelo contrário, Ockham considera os mesmos universais como termos de segunda intenção, diversos dos termos de primeira intenção que resultam do conhecimento das coisas singulares, obtido pela intuição e pela experiência. Os primeiros são mais gerais e mais confusos; os segundos, marcados pela precisão. Não se aceita assim a distinção tomista entre essência e existência ou entre potência e acto, chegando mesmo a proclamar que a existência de Deus é uma questão de fé e não uma questão da razão.
Retirado de Respublica, JAM