domingo, 11 de fevereiro de 2007

Regime

Do lat. regimen, de regere, dirigir, reger, governar. Palavra oriunda do fr. regimen. Entre nós, usava-se preferentemente a expressão regimento, da mesma origem latina e com o mesmo significado.Regime des décrets Segundo Hannah Arendtb trata-se de um um governo da burocracia, de uma mera administração que aplica decretos, existente nos Estados imperiais, como o czarismo russo e a monarquia austro-húngara, bem como em certos impérios coloniais. Os burocratas destes regimes que administram territórios extensos com populações heterogéneas, pretendem suprimir as autonomias locais e centralizar o poder, mas apenas exercem uma opressão externa, deixando intacta a vida interior de cada um, ao contrário dos totalitarismos contemporâneos. É uma espécie de domínio perpétuo do acaso e de governo dos espertos onde o burocrata tem a ilusão da acção permanente e onde, por trás dos decretos, nem sequer há princípios gerais de direito.
Retirado de Respublica, JAM

Reformistas (1868)

A partir de 22 de Julho de 1868 surge o primeiro governo reformista propriamente dito, sob a presidência de Sá da Bandeira, com Alves Martins, o bispo de Viseu, na pasta do reino, e Latino Coelho na marinha.
A designação nasceu da própria experiência ministerial, da vontade do governo fazer reformas para realizar economias, conforme as palavras então usadas, destacando-se as profundas alterações administrativas, nomeadamente na saúde e obras públicas. A mais simbólica dessas medidas foi a tomada em 23 de Fevereiro de 1869, com a abolição completa da escravatura em todos os territórios sob administração portuguesa, embora se mantivessem alguns escravos até 1878.
Retirado de Respublica, JAM

Reforma

Dar nova forma a qualquer coisa. A mudança política que não utiliza o processo da revolução, dado que se faz dentro da legitimidade existente e de acordo com os processos constitucionalmente previstos. A ideia foi assumida pelo próprio fundador do conservadorismo contemporâneo, quando proclamou que one must reform in order to conserv.
Retirado de Respublica, JAM

Receptores da informação

Segundo a teoria sistémica, cada sistema político tem pontos de entrada da informação proveniente tanto do ambiente externo como do ambiente interno. Esses receptores da informação recebem as mensagens do ambiente externo e interno, bem como inputs sobre o próprio funcionamento do sistema. São eles que depois comunicam a informação aos centros de processamento de dados.
Retirado de Respublica, JAM

Rebelión (La) de las Masas, 1926-1927

Título de uma obra de José Ortega y Gasset que começou a publicar-se em foletim no jornal madrileno El Sol, em 1926. Teve a primeira edição global em 1927, com um prólogo para franceses e um epílogo para ingleses. Parte da noção de sociedade como unidade dinâmica de dois factores: minorias e massas, onde as primeiras são constituídas por indivíduos especialmente qualificadas e as segundas, pelo homem médio. Considera que a revolução não é a sublevação contra a ordem preexistente, mas a implantação de uma nova ordem que tergiversa a tradicional. Denuncia-se o intervencionismo do Estado, dado que o homem massa tende a ver neste um poder anónimo. E como ele se sente igualmente anónimo julga que o Estado é uma coisa sua. Observa até que o Estado absolutista respeita instintivamente mais a sociedade que o Estado democrático. Daí o grito de revolta contra o maior perigo que hoje ameaça a civilização: a estatificação da vida, o intervencionismo do Estado, a absorção de toda a espontaneidade social pelo Estado.
A obra abrange as seguintes matérias: 1ª Parte - A Rebelião das Massas (I - O facto das aglomerações; II - Ascensão do nível histórico; III - A altura dos tempos; IV - O crescimento da vida; V - Um dado estatístico; VI - Começa a dissecação do homem-massa; VII - Vida nobre e vida vulgar, ou esforço e inércia; VIII - Porque as massas intervêm em tudo e porque só intervêm violentamente; IX - Primitivismo e técnica; X - Primitivismo e história; XI - A época do mocinho satisfeito; XII - A barbárie do especialismo; XIII - O maior perigo: o Estado); 2ª Parte - Quem manda no mundo (XIV - Quem manda no mundo?; XV - Desemboca-se na verdadeira questão; Epílogo para ingleses).
Retirado de Respublica, JAM

Rebelião

Do lat. rebellione, recomeço das hostilidades, de rebellis, de re+bellum, aquele que recomeça ou retoma uma guerra. Através do cast. rebelde. Diz-se hoje do acção de resistência violenta a uma autoridade. Próximo do conceitos de revolta, sedição e insurreição. A rebelião é sempre uma oposição violenta, tem de mobilizar um conjunto significativo de pessoas e entra em confronto com uma autoridade legitimamente estabelecida. Alguns apontam que a rebelião se distingue da revolução, porque nesta se visa substituição dos governantes por membros de outra classe, enquanto a rebelião se joga dentro do mesmo grupo situacionista.
Retirado de Respublica, JAM

Reasonable man

Segundo a teoria utilitarista que está na base da análise sistémica, o homem como animal racional é visto como um animal que razoa, que calcula, como um animal reasonable que procura conseguir o máximo de prazer com um mínimo de dor, o máximo de felicidade com o menor esforço. Por outras palavras, o racional é igual ao útil e o grupo volta a ser entendido como mero pacto ou cálculo de utilidade contra a insegurança, servindo para resolver, de forma segura, conflitos de interesses.
Retirado de Respublica, JAM