quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
Acção Democrato-Social
Acção Católica Portuguesa
Academia
Escola fundada por Platão e que apenas vem a ser extinta pelo imperador bizantino Justiniano em 529. Base de todas as universidades ocidentais. Etimologicamente vem de Akademos, nome de um parque dos arredores de Atenas onde se reuniam os membros da escola de Platão. O parque murado estava ornado de várias oliveiras e nele Platão possuía um pequeno jardim onde começou a ensinar livremente a sua doutrina.
Retirado de Respublica, JAM
A Academia de Platão (também chamada de Academia de Atenas ou Academia Antiga) é uma academia fundada por Platão, aproximadamente em 387 a.C., nos jardins localizados nos subúrbios de Atenas, consagrados à deusa Atena e outrora pertencentes ao herói Academo. Caracterizou-se, inicialmente, pela continuidade dos trabalhos desenvolvidos pelos pitagóricos, com os quais Platão mantinha estreita relação: particularmente com seu mestre Teodoro de Cirene e Arquitas de Tarento. É considerada a primeira escola de filosofia. Nela ingressou Aristóteles, com 17 anos de idade.
A escola de Platão (discípulo de Sócrates) primava pelo ensinamento dialéctico, onde o saber era encontrado mediante um processo endógeno, ou seja, pela busca individual, através de constantes interrogações. A sua escola rivalizava, assim, com a sua contemporânea, a de Isócrates - onde o conhecimento consistia, meramente, na assimilação daquele saber que já fora produzido (algo um tanto semelhante com as escolas actuais).
O termo "Academia" ganhou, desde então e até aos nossos dias, a acepção de local onde o saber não apenas é ensinado, mas produzido.
Abuso do poder
Todas as coisas se gastam pelo uso e se prostituem pelo abuso. Assim, tal como o abuso do direito já não é direito, também o abuso do poder não pode ser configurado como exercício legitimo do poder. A não ser que consideremos que o poder não está vinculado a um fim e com consequentes limitações. Mesmo a própria soberania, entendida como o uso do poder em momentos de excepção, não deixa de estar limitada pelo direito e pela moral. Porque o poder tem o fundamento no direito e as consequentes limitações jurídicas. Aliás, como salienta Karl Popper, o problema fundamental da teoria do Estado é o problema da moderação do poder político ‑ da arbitrariedade e do abuso do poder ‑ através de instituições pelas quais o poder é distribuído e controlado. É evidente que esta perspectiva, alcunhada de idealista e normativista pelos pretensos realistas, não é adoptada por todos aqueles que acreditam na vontade de poder. A Constituição de 1976 estabelece a necessidade da repressão do abuso do poder económico.
Abstenção eleitoral
Do latim abstinere, abster, suprimir, privar-se de, evitar. A expressão começa por ser apenas usada no direito privado, como renúncia ou não-exercício de um direito ou obrigação, nomeadamente a uma herança. Passa depois para a linguagem política, querendo significar a renúncia ao exercício de direitos políticos, nomeadamente o facto de um eleitor não ir às urnas. Segundo a tese de Alain Lancelot, os abstencionistas exercem quase sempre papéis sociais subordinados, indíviduos mal integrados, correndo-se o risco das eleições se transformarem num debate entre privilegiados. Para além do abstencionismo eleitoral resultante de uma má inserção social, há também um abstencionismo de pessoas interessadas na política, informadas e atentas, mas que recusam escolher nas condições da oferta eleitoral que lhe apresentam, dado que o leque dos candidatos não lhe permitem a possibilidade de expressão adequada das respectivas preferências. Os abstencionistas não constituem, assim, uma população à parte, e não coincidem com a cidadania passiva, havendo constantes trocas de informação entre votantes e abstencionistas.
·Alain Lancelot e Jean Meynaud, L’Abstentionnisme Électoral en France, Paris, Librairie Armand Colin, 1968. · F. Subileau e M.-F. Toinet, Les Chemins de l’Abstention. Une Comparaison Franco-Américaine, Paris, Éditions La Découverte, 1993.
Absolutismo Democrático
Alexis de Tocqueville em A Democracia na América alertava para esta espécie de servidão, ordenada, calma e doce, para um poder imenso e tutelar que se encarrega, sem a ajuda de ninguém, de organizar os divertimentos e os prazeres de todos, e de velar pelo seu destino. É um poder absoluto, pormenorizado, ordenado, previdente e doce. E isto porque os nossos contemporâneos são permanentemente solicitados por duas tendências opostas: sentem a necessidade de serem dirigidos e o desejo de continuarem livres. Com efeito, após ter tomado cada indivíduo, um após outro, nas suas poderosas mãos, e o ter modelado a seu bel‑prazer, o soberano estende os braços para abarcar a sociedade inteira, e cobre‑a de uma rede de pequenas regras complicadas, minuciosas e uniformes através da qual mesmo os espíritos mais fortes não se conseguirão romper para se distinguirem da multidão. O mesmo que absolutismo doce, estabelecido segundo os parâmetros minimamente entendidos como os necessários parauma adequada estruturação dos dias amargos em que me insiro, bastante mais esquisitos que todos os dias desmesuradamente fixados nos dias que passamos a olhar os dias que passam.
Abrilada
Retirado de Respublica, JAM
Anomia
Sebastian Grazia, The Political Community. A Study of Anomie, Chicago, The University of Chicago Press, 1948.
in MALTEZ, José Adelino, Respublica
É o enfraquecimento das normas sociais de um povo ou grupo social; a desorganização que enfraquece a integração dos indivíduos, deixando-os sem saber como agir, ficando sem uma regulamentação por um período de tempo, indeterminado ou determinado.
Ficando à deriva, inconscientes no processo, perdendo quase que por total sua consciência e identidade. Este termo foi cunhado por Durkheim.
A Anomia é um estado de falta de objetivos provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social moderno. Foi a partir do surgimento do capitalismo e da tomada da razão como forma de explicar o mundo que houve o rompimento brusco de valores tradicionais ligados fortemente à concepção religiosa. A Modernidade, em seus intensos processos de mudança, muitas vezes não fornecia novos valores que preenchessem os anteriores demolidos. Isso dava uma espécie de vazio de significado no cotidiano de muitos indivíduos. Durkheim emprega este termo para mostrar que algo na sociedade não funciona de forma harmônica. Algo desse corpo está funcionando de forma patológica ou "anomicamente". Em seu famoso estudo sobre o suicídio, Durkheim mostra que os fatores sociais exercem profunda influência sobre a vida dos indivíduos com comportamento suicida, e a anomia também.
Segundo Robert King Merton, anomia significa uma incapacidade de atingir os fins culturais.