Unha Preta ou Unha Negra
Designação dada às alas esquerdas dos progressistas e regeneradores nas décadas de setenta e oitenta do século XIX. Entre os progressistas, a designação surge na década de setenta, marcando o grupo de Tomás António Lobo d'Ávila, Rebelo da Silva e Maldonado d'Eça, que se haviam oposto ao governo da fusão. Opunham-se à ala direita, dita a unha branca, maioritária, liderada por Loulé, com o apoio de Anselmo Braamcamp, José Luciano e Mendes Leal. As duas alas conciliam-se na formação do terceiro governo histórico (1869-1870). Nos regeneradores, a designação é da década de oitenta. Aqui, o grupo é liderado por Barjona de Freitas, com Lopo Vaz, Hintze Ribeiro e Júlio de Vilhena. Esta equipa empenhou-se fortemente na campanha eleitoral do Verão de 1881, visando exterminar eleitoralmente os progressistas, de maneira que a bipolarização pudesse ser feita entre a a jovem ala esquerda dos regeneradores e a velha guarda fontista. Na altura, os progressistas tinham acabado de ter a primeira experiência governamental, marcada pelos desaires do Tratado de Lourenço Marques. Esta ala esquerda, que começa por ser marcada pela agressividade politiqueira de Lopo Vaz, chegou a querer atacar frontalmente Braamcamp por causa do Tratado de Lourenço Marques, o qual havia sido negociado pelo seu colega regenerador Andrade Corvo, contra a posição assumida por Fontes, aliás.